01/10/07

A anglo-australiana Rio Tinto investirá meio bilhão de reais até 2009 na construção de uma nova planta da mina e implantação do porto fluvial no distrito de Albuquerque, distante 70 km de Corumbá. A empresa, que controla a Mineração Corumbaense Reunida (MCR), se prepara para saltar dos atuais 2 milhões de toneladas de minério de ferro para 15 milhões de toneladas em 2014. Os novos projetos de expansão da mina e de logística também estão atrelados à meta do grupo de implantar o pólo minero-siderúrgico, que numa primeira fase vai consumir R$ 700 milhões para produzir 800 mil toneladas/ano de ferro-gusa. Numa etapa seguinte, essa produção atingirá 2 milhões de toneladas/ano, grande parte para atender às indústrias a serem instaladas no pólo. A empresa anunciou a conclusão da Avaliação Ambiental Estratégica (AAE) do complexo, um novo conceito de diagnóstico ambiental para apontar os riscos e as condições favoráveis e sustentáveis para implantação do novo empreendimento em regiões frágeis como o Pantanal. O estudo foi desenvolvido durante dois anos e custou R$ 2 milhões. Atualmente, o minério extraído da Morraria de Santa Cruz segue por caminhões até a antiga estação ferroviária de Maria Coelho, dali chega pela ferrovia ao terminal Gregório Curvo, em Porto Esperança, onde é estocado a céu aberto. A matéria-prima segue pela Hidrovia do Paraguai para os mercados consumidores em comboios com 22 chatas, chegando a 35 mil toneladas por viagem. Com a decisão da Justiça de destravar a hidrovia, liberando os portos, em função do embargo de 2000 que exigia EIA/Rima para toda a via, a mineradora decidiu apressar a construção do terminal de Albuquerque, que deve começar ainda no primeiro semestre de 2008. O novo porto está distante cerca de 14 km da mina e vai concentrar o transporte de minério. Conforme antecipou o gerente de Desenvolvimento Sustentável da MCR, Sérgio Visconti, o Porto Gregório Curvo, que tem capacidade para estocar 180 mil toneladas de ferro, será readequado para o escoamento de ferro-gusa produzido no pólo, que também seguirá para os mercados externos por hidrovia. No retorno, os comboios trarão carvão mineral para a usina importado da China e Austrália. “Chegamos à conclusão que não há como formar reservas de eucaliptos agora, mas no futuro podemos mudar para o carvão vegetal”, explicou o gerente. O descarregamento, a manipulação e a estocagem do produto “lump” serão feitos por Albuquerque, transportado inicialmente por caminhões. Há estudos para implantar uma correia ligando o porto com a mina. A capacidade viva de estocagem de minério de ferro chegará a 1 milhão de toneladas. O novo complexo terá instalações industriais com oficinas, escritórios, refeitório e sistemas de controle ambiental. Projeções divulgadas pela empresa indicam que a implantação da logística vai gerar 936 empregos, em fases distintas, resultando em R$ 23,13 milhões em salários. A correia transportadora de minério deverá ser construída quando o volume de produção atingir 10 milhões de toneladas, em 2010. Junto com a ampliação do Porto Gregório Curvo, a obra gerará 16,8 milhões em salários.

Correio do Estado – Maracaju – MS