Rio Tinto insiste em reajuste maior
13/03/08
O Rio Tinto Group, o segundo maior exportador mundial de minério de ferro, prevê obter reajustes de preços maiores das siderúrgicas asiáticas do que os obtidos pela brasileira Companhia Vale do Rio Doce, descolando-se de uma tradição mundial de fixação de preços referenciais. O aumento entre 65% e 71% acordado entre as siderúrgicas e a Vale no mês passado não definiu um referencial para os contratos anuais e as negociações continuam, disse ontem Sam Walsh, principal executivo da divisão Rio Tinto Iron Ore. `Não há nenhum acordo iminente e o Rio Tinto terá paciência`, disse ele. As siderúrgicas chinesas, que são as maiores compradoras mundiais de minério de ferro, rejeitaram a exigência do Rio Tinto por um reajuste maior, disseram representantes da Anshan Iron & Steel Group, segunda maior siderúrgica da China, na semana passada. Os preços do minério à vista alcançaram um recorde na semana passada e a matéria-prima está sendo negociada a um valor mais de quatro vezes superior ao preço do contrato devido à alta dos custos do frete e ao aumento da demanda. `O Rio Tinto está provavelmente em uma posição muito mais forte do que os chineses`, disse Peter Chilton, que detém ações do Rio Tinto entre o US$ 1,4 bilhão em ativos que ele auxilia a administrar na Constellation Capital Management, de Sidney. `Isso não significa dizer que os chineses vão necessariamente aceitar um reajuste maior`, afirmou. `Nós estávamos preocupados a respeito do diferencial enorme entre os novos preços que a Vale definiu e o preço à vista`, disse Walsh. `Nós estamos ansiosos no momento, aguardando que o mercado reconheça os fundamentos econômicos. A sugestão seria superior a 71%.` O Rio Tinto quer que o ágio reflita o custo menor que os clientes asiáticos pagam pelo transporte de minério a partir da Austrália, em vez do Brasil. Ontem, as ações do Rio Tinto, sediado em Londres, subiram 5,95 dólares australianos, ou 5%, para 125,25 dólares australianos.
Gazeta Mercantil