Projeto de níquel da Vale na Oceania custará US$ 3 bi
24/11/06
RIO DE JANEIRO (Reuters) – A produção de níquel na mina de Goro, no território francês da Nova Caledônia (Oceania), deve começar depois do previsto, no final de 2008, e os custos devem subir para cerca de 2 bilhões de dólares, disse na sexta-feira o presidente da Companhia Vale do Rio Doce, Roger Agnelli.
;
O projeto de Goro, cujo custo inicialmente previsto era inferior a 2,15 bilhões de dólares, deve produzir 60 mil toneladas de níquel por ano quando estiver com plena capacidade.
;
A Vale, maior mineradora de ferro do mundo, assumiu o controle de Goro ao adquirir, recentemente, a gigante mineradora canadense Inço, especializada em níquel.
;
“Já é tarde e queremos acelerar o estudo ambiental detalhado e outros estudos, e devemos apresentar novos números (sobre custos) em janeiro,” disse Agnelli em entrevista coletiva na qual anunciou um novo contrato da Vale com a siderúrgica alemã ThyssenKrupp, que encomendou minério de ferro para os próximos 15 anos. Agnelli não explicou os motivos do atraso ou do encarecimento do projeto na Nova Caledônia, mas neste ano Goro enfrentou protestos trabalhistas e vandalismo.
;
Na sexta-feira, surgiu outro obstáculo: um tribunal francês entregou à CVRD-Inco uma sentença que pode obrigar a empresa a parar a preparação do terreno na área de Kue Ouest, onde fica a “unidade de armazenamento de resíduos” de Goro.
;
O Tribunal de Grande Instância de Paris determinou que a obra seja suspensa em 48 horas, e retomada só depois que a Goro-Nickel obtenha “todas as autorizações administrativas necessárias”. Se a obra não parar, a empresa pagará multa de 30 mil euros por dia.
;
Bruce Drysdale, porta-voz da empresa em Toronto, disse que a companhia recebeu a decisão judicial e está analisando-a, mas que “a obra continua em Goro nos níveis normais”.
;
A entidade local de direitos indígenas Rheebu Nuu moveu a ação contra a obra, exigindo que a Inco abandone a Nova Caledônia e alegando que a exploração de níquel trará danos ambientais.
;
Agnelli disse que a construção continuará na maior parte do terreno. “O único problema é com o dique de dejetos”, disse ele, acrescentando que a Vale também está estudando os problemas nas relações com as comunidades locais e buscando soluções.
;
O executivo lembrou que o investimento do projeto Goro representa cerca de 50 por cento do PIB do território e que é, na opinião dele, de enorme importância para os 220 mil habitantes do local. “Queremos respeitar o meio ambiente e os interesses dos locais”, garantiu.
Reuters