26/07/07

Rio – A divisão de leasing de equipamentos para ferrovias da Mitsui & Co. investirá US$ 200 milhões durante o período de três anos no Brasil para expandir sua frota de locomotivas e vagões para o transporte de cargas a granel à medida que a demanda por soja aumenta. A Mitsui Rail Capital Participações Ltda., divisão brasileira da segunda maior trading do Japão, comprará os equipamentos e fará o leasing para empresas como a América Latina Logística SA (ALL), a maior operadora de ferrovias da América Latina, disse Kazuhiko Ono, diretor financeiro da unidade japonesa. A MRC, como a divisão da Mitsui & Co. é conhecida, se concentrará em rotas localizadas entre as regiões produtoras de soja do Estado do Mato Grosso e os portos localizados na costa do Atlântico, disse o executivo da Mitsui. A demanda norte-americana e chinesa por soja, etanol, minério de ferro e outras commodities impulsionará o crescimento da unidade brasileira de leasing da Mitsui, disse ele. A próxima colheita de soja do Brasil, que é o segundo maior produtor mundial da oleaginosa, deve ser 10 por cento maior do que a do ano passado, informou na sexta-feira Ono. “A demanda está muito alta no Brasil”, disse Ono. “Haverá uma grande demanda depois de a América Latina Logística ter finalizado a reestruturação de suas rotas.” A Mitsui já fez o leasing de aproximadamente 900 vagões ferroviários para a ALL, segundo Ono. A Mitsui também está negociando a compra de ativos ferroviários da Companhia Vale do Rio Doce, a maior produtora mundial de minério de ferro. A Mitsui detém uma participação na Valepar, que controla a Vale com 52 por cento das ações da empresa com direito a voto. A Vale poderá vender e voltar a utilizar, por meio de recompra prevista no contrato de leasing, vagões ferroviários para tentar reduzir as dívidas contraídas na compra da produtora canadense de níquel Inco Ltd., por US$ 17,4 bilhões, disse ele. Ligações realizadas para a assessoria de imprensa da Vale, sediada no Rio de Janeiro, não foram retornadas imediatamente. A Mitsui possui investimentos de US$ 2,5 bilhões no Brasil, quantia superior aos valores aplicados em qualquer outro país, disse Ono. Os investimentos futuros podem incluir terminais para a transferência de cargas de caminhões para vagões e linhas férreas, segundo ele. “O Brasil é muito importante e precisa de mais investimentos.” De acordo com Estefano Vaine Júnior, presidente da Ferrolease, outras empresas do setor ferroviário como MRS e Vale do Rio Doce começam a demonstrar interesse no aluguel de vagões.

Bloomberg News