Mineração é estratégica para a nova política industrial brasileira
22/01/24
Raul Jungmann, presidente do IBRAM, participou da formulação da proposta do CNDI e comenta a importância da expansão mineral para o cumprimento dos objetivos da política de neoindustrialização do país. BNDES cita IBRAM como parceiro para criação de fundo de investimento para estimular produção mineral.
O Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) considera que a mineração ocupa um lugar de destaque na nova política industrial brasileira. O programa Nova Indústria Brasil foi anunciado no início da tarde desta 2ª feira pelo Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva e pelo Vice, Geraldo Alckmin, titular do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, durante reunião do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI). O diretor-presidente do IBRAM, Raul Jungmann, integra o Conselho presidido por Alckmin. Ele participou da solenidade, no Palácio do Planalto, em Brasília.
Assista ao vídeo do lançamento da nova política.
“Uma das missões da neoindustrialização do país, por exemplo, é composta pelos temas descarbonização e transição energética. São iniciativas que demandam oferta abundante de minérios considerados críticos para a transição a uma economia de baixo carbono. É o caso do lítio, do tântalo, do vanádio, do nióbio, e também do minério de ferro, cobre, bauxita (alumínio), elementos de terras raras, entre tantos outros”, diz Jungmann.
Isso significa, na visão do dirigente, que a matriz produtiva nacional precisa incorporar novas tecnologias e equipamentos que são desenvolvidos, obrigatoriamente, a partir da oferta de minérios. No entanto, há obstáculos a superar com urgência “e podemos transformá-los em oportunidades para gerar negócios, atrair investimentos, e ampliar os empregos e proporcionar mais renda em nosso país”, pontua Jungmann.
Entre os principais obstáculos, estão: o baixo conhecimento geológico – apenas 27% do território contam com algum tipo de informação sobre minérios; a falta de linhas de financiamento para projetos minerais; licenciamento ambiental burocrático e moroso; deficiências graves no ambiente regulatório e fiscalizatório. “Se o Brasil quer uma indústria mais inovadora, digital, verde, exportadora e mais produtiva, o país tem que investir na expansão sustentável da produção mineral”, afirma o diretor-presidente do IBRAM.
IBRAM e BNDES atuam em parceria
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES), Aloísio Mercadante, fez uma apresentação sobre os planos relacionados à nova política industrial e citou o IBRAM, como parceiro para estruturar um fundo voltado a financiar a produção de minerais críticos à transição energética. Além disso, Mercadante disse que o Brasil irá estimular a criação de instrumentos de mercado de capitais voltados a essa transição, à descarbonização e à bioeconomia. “O fundo em parceria com o BNDES deverá ser anunciado ainda neste 1º trimestre”, comentou Jungmann.
Em julho passado, o CNDI aprovou proposta de Raul Jungmann para inserir na nova política industrial planos para proporcionar a melhoria das condições de competitividade e a expansão sustentável da indústria da mineração. Além disso, Jungmann defendeu o mesmo para estimular a produção de minerais críticos à transição energética e à promoção da economia de baixo carbono.
Além do CNDI também participaram da formulação da nova política industrial o BNDES e 21 entidades representativas da sociedade civil, do setor produtivo e dos trabalhadores.
Nova política prevê ações em áreas diversas
Além da descarbonização, a nova política industrial lista ações voltadas ao desenvolvimento até 2033 em áreas como agroindústria; complexo industrial de saúde; infraestrutura, saneamento, moradia e mobilidade; transformação digital; bioeconomia; e tecnologia de defesa. “Em todos esses campos, a oferta crescente e perene de minerais se faz absolutamente necessária. A mineração é a base do processo industrial e crucial para outros segmentos produtivos, como a agropecuária”, avalia Raul Jungmann.
A política anunciada em Brasília também tem por meta ampliar a participação da produção nacional nos segmentos de novas tecnologias. “Mais uma vez, os minérios portadores de futuro se tornam protagonistas para que esse objetivo seja alcançado. São utilizados para o desenvolvimento de tecnologias de ponta e a neodindustrialização brasileira precisará vencer a etapa de expansão da produção mineral”, diz o presidente do IBRAM.