Mercado prevê alta de até 10% no minério
20/12/06
As negociações entre mineradoras e siderúrgicas para reajuste do preço do minério de ferro em 2007 começaram no final de novembro. A chinesa Baosteel foi a primeira a sentar-se com a Vale do Rio Doce para entendimentos preliminares. Também houve conversas com as usinas chinesas e européias. O presidente da mineradora brasileira, Roger Agnelli, evitou comentar as projeções do analistas de um aumento do minério entre 5% a 10% no ano que vem. “Tudo está andando de forma natural e tranqüila. O reajuste será discutido na mesa de negociação com base no mercado”, disse Agnelli, em entrevista recente.Ele contou que a demanda por minério de ferro continua firme. A Vale está aumentando sua produção em ritmo de 14% ao ano, disse. “É o equivalente a uma mina gigante por ano”, comparou. Este ano, a Vale fecha com produção de 260 milhões de toneladas de minério de ferro. Para o ano que vem, Agnelli projeta 300 milhões de toneladas.As projeções para o reajuste de preço do minério variam de 5% a 10%. São raros os analistas que se arriscam a prever 15%. O Credit Suisse trabalha com 10%. A Merrill Lynch, mais conservadora, aposta em 5%. A China, como maior consumidora de minério de ferro do mundo, quer continuar influindo no rumo das conversas para o reajuste do insumo no ano que vem. Mas, alguns especialistas acreditam que as usinas chinesas não partirão para o confronto. As projeções da China Iron Steel Association (CISA) indicam um aumento de 13% do consumo de aço na China até 2010. O que aponta para uma demanda extra de minério de ferro de mais de 80 milhões de toneladas por ano. Deste total, entre 40 a 50 milhões de toneladas deverão ser importadas pelas usinas locais. O mercado transoceânico de minério de ferro deverá comercializar até o final de 2006 entre 735 a 745 milhões de toneladas de minério de ferro, das quais 335 milhões para a China, avaliam especialistas do setor de mineração. Para 2007, a estimativa é de vendas de 800 milhões de toneladas, sendo 425 milhões destinadas ao mercado chinês.O diretor executivo de ferrosos da Vale do Rio Doce, José Carlos Martins, reforça o argumento de Agnelli, de que “os entendimentos entre mineradoras e siderúrgicas vão depender da realidade do mercado, que continua com uma demanda forte pelo minério, ante uma oferta apertada”.
Valor Econômico