CBA investe US$ 150 milhões em nova mina de bauxita em MG
30/05/07
Anna Carolina Negri/Valor
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Considerada estratégica para o aumento de produção, a Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) vai investir US$ 150 milhões na nova unidade de mineração de bauxita, localizada no município de Miraí (MG). A expectativa é iniciar a produção no final de outubro, o que deve levar a uma redução das outras duas minas da companhia, Poços de Caldas e Itamarati de Minas, ambas em Minas Gerais.A unidade entrará em operação em quatro etapas e produzirá, inicialmente, 1,25 milhão de toneladas de bauxita beneficiada por ano. No total, a capacidade é de cinco milhões de toneladas anuais, que serão utilizadas conforme a demanda. A previsão da empresa é de elevar a produção atual de 475 mil toneladas de alumínio por ano para, no mínimo, 615 mil até 2011. “É ela (Miraí) quem vai responder por este aumento de capacidade”, destacou o diretor de mineração da CBA, Carlos Augusto Parisi.Segundo ele, Poços de Caldas e Itamarati de Minas são unidades exploradas há cerca de 50 anos e caminham para a fase final. Desta forma, a segunda etapa de Miraí pode começar já em 2010. “A idéia é substituir Poços de Caldas por Miraí e aliviar Itamarati de Minas”. Hoje, Poços de Caldas produz até 1,2 milhão de toneladas de bauxita beneficiada por ano e Itamarati de Minas, 1,5 milhão de toneladas. De acordo com Parisi, a vida útil de Poços de Caldas é de mais 15 anos. “Neste período, vamos reduzir para 750 mil toneladas anuais.” Já no caso de Itamarati de Minas, a idéia é que a unidade passe a produzir 1,2 milhão de toneladas. “Itamarati vem funcionando sete dias por semana, 24 horas por dia. Diria que é um ritmo estressante.”Além dessas mineradoras, a CBA conta também com a possibilidade de iniciar a exploração de Barro Alto (GO) e Paragominas (PA). Os planos da empresa incluem a participação da bauxita de Barro Alto a partir de 2009. A capacidade de produção é de 20 milhões de toneladas e a bauxita retirada de lá possui maior qualidade do que a das demais minas, o que aumentaria a qualidade do alumínio. No caso de Paragominas, a unidade ainda está em fase de pesquisa mineral. As alternativas de extração vêm de encontro com as metas de crescimento da CBA. “Crescemos, em média, 9,5% ao ano desde a fundação. A determinação é para que siga neste ritmo”, lembrou Parisi.No âmbito das possibilidades aparecem também estudos de viabilidade para transformar em alumina a bauxita extraída de Miraí. Isto seria realizado na região da Zona da Mata, o que, de acordo com Parisi, reduziria em um terço o custo do frete até a fábrica da CBA, em Alumínio (SP). “Minas sempre foi um estado fornecedor de insumos e minérios para nós. É uma tendência da CBA procurar dar contrapartidas ao estado. Já conversamos com o governo e há interesse de ambas as partes.”O custo da transformação da bauxita em alumina é, atualmente, próximo a US$ 1 mil por tonelada produzida. “Dependendo do tamanho da operação, o investimento chega a US$ 1 bilhão”, estimou Parisi. E acrescentou que a viabilidade do projeto “depende de energia e logística na região”.Ao ser questionado sobre a possibilidade de exportar alumina e bauxita, Parisi disse que “hoje a empresa produz para o consumo próprio e há dois anos a alumina estava muito barata no mercado livre”. No entanto, “com a demanda da China e se for possível produzir com um custo de energia mais baixo é possível”. Pode ser firmado convênio com empresas compradoras, como a Alunorte.
Valor Econômico