É o que defendeu o IBRAM no Fórum Mundial de Economia Circular. O Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) considera que a economia circular é uma ferramenta estratégica para transformar o setor mineral, mas ainda existem desafios importantes, sobretudo em termos de viabilidade política, econômica e de barreiras tecnológicas. Mineradoras que atuam no Brasil já fornecem rejeitos para fabricar asfalto, materiais para construção civil, produtos para enriquecer o solo para uso pela agropecuária, entre outros objetivos, mas em baixa escala. É preciso transformar essas práticas em um negócio estruturado, de modo a criar condições para haver mais investimentos e assegurar retorno sobre esses aportes, ainda que a longo prazo. O caminho é instituir políticas públicas, com efetiva participação da iniciativa privada, voltadas a favorecer a montagem e a sustentabilidade de cadeias produtivas específicas. Foi o que afirmou o diretor de Sustentabilidade do Instituto, Rinaldo Mancin, em sua apresentação no Fórum Mundial de Economia Circular (WCEF 2025), realizado nesta terça-feira (13/5), na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. “Mineradoras produzem, por exemplo, areia a partir dos rejeitos. Sabemos que a areia é geralmente extraída dos leitos dos rios, entre outros locais, então, se ela for gerada em maior quantidade a partir de rejeito mineral, isso terá um reflexo ambiental muito positivo”, exemplificou para justificar mais apoio e atenção à circularidade no setor mineral. Ele disse ainda que em minas antigas é possível encontrar depósitos minerais economicamente interessantes nos rejeitos, mas há desafios a serem superados, como os riscos de segurança para essa manipulação, algo que pode ser solucionado com a inovação tecnológica, entre outras medidas. Mancin também sublinhou que o cobre pode ser obtido a partir do processamento de sucata industrial, mas é um processo muito custoso. Mancin disse que o Brasil precisa criar atrativos para ampliar a reciclagem na mineração, como reduzir prazos e custos para licenciamento e criar instrumentos de financiamento mais adaptados à realidade e às perspectivas do setor mineral. Clique aqui para assistir às palestras e debates do WCEF 2025. Mineração no combate à mudança climática O diretor do IBRAM também reforçou o papel central da mineração na transição para uma matriz energética mais limpa e sustentável. “A mineração é parte da resposta global à crise climática. Se queremos soluções reais para mudanças climáticas e geração de energia limpa, precisamos reconhecer que as fontes de energia dependem de minerais críticos e estratégicos (MCEs)”, disse. A ex-ministra do Meio Ambiente e integrante do Conselho Socioambiental do IBRAM, Izabella Teixeira, também participou do fórum e abordou a importância dos MCEs para países como o Brasil, que têm potencial para expandir sua produção e liderar o suprimento global dessas substâncias. Ela pontou que a reorganização da ordem internacional envolve os países, caso do Brasil, que detêm oferta em termos de recursos naturais, e, neste cenário, ganha mais visibilidade a agenda de países produtores de MCEs e os que desenvolvem soluções tecnológicas que possam ser compartilhadas, como energia solar, eólica e eólica offshore, biocombustíveis, SAF (biocombustível para aviação). Segundo ela,
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