O convite foi feito ao Diretor do Departamento de Energia do Ministério de Relações Exteriores, João Marcos Paes Leme. O Ministério das Relações Exteriores no âmbito do G20 e no de outros fóruns internacionais busca defender uma transição energética justa, com agregação de valor e geração de emprego para as regiões que proverão recursos minerais. Segundo o Diretor do Departamento de Energia do Ministério de Relações Exteriores, João Marcos Paes Leme, essa postura resultou no convite para o Brasil participar de um painel de alto-nível da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre transição energética e demanda por minerais críticos e estratégicos. A informação foi compartilhada, nesta terça-feira (7), durante o Seminário Internacional de Minerais Críticos e Estratégicos, realizado pelo Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM). Leme destacou durante sua fala que o Brasil defende, no G20, a priorização da transição justa, que perpassa a exploração adequada dos minérios de transição e as repercussões socioeconômicas desta atividade. “Estamos propondo aos países a elaboração de princípios para uma transição energética justa e inclusiva. Um dos princípios é promover o desenvolvimento econômico social através da diversificação das cadeias de suprimento”, detalhou. O diretor posicionou que o Itamaraty internaliza nas suas relações geopolíticas a ideia da conexão entre meio ambiente e transição energética. “O Itamaraty tem a visão de que a transição energética está intimamente vinculada à questão de clima, mas vemos também a transição como uma oportunidade de mudança de perfil econômico, com agregação de valor e geração de empregos”, acrescentou. UE vai ampliar em 21 vezes demanda por lítio A oportunidade para se realizar uma transição justa ganha mais perspectiva quando se analisa a demanda por minerais críticos no mundo. Segundo o vice-chefe da Delegação da União Europeia no Brasil, Jean-Pierre Bou, a União Europeia deve multiplicar em 21 vezes até 2050 a demanda por lítio para a produção de baterias como as utilizadas em carros elétricos. Segundo Bou, não é segredo que a UE precisa importar matérias-primas para conseguir cumprir com as obrigações previstas para a transição energética na região. Por isso, vários países da Europa demonstram grande interesse em negociar e criar oportunidades com países ricos em recursos, como o Brasil, quinto maior extrator de lítio do mundo – segundo a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), o Brasil é dono de 60% das reservas deste minério. Demanda sem oferta Para dar conta da demanda europeia são necessárias mudanças na postura do Brasil em relação a investimentos e projetos, segundo a Project Fellow, Securing Critical Minerals for the Energy Transition/Parceira de Projetos do Fórum Econômico Mundial (WEF, sigla em inglês), Luciana Gutmann. “A gente não vai conseguir avançar se não tiver um olhar sobre políticas públicas, investimento e inovação”, disse. No WEF, a especialista é responsável por buscar espaços de convergência para stakeholders e integrar esforços entre países. “O Fórum é essencial porque é basicamente esse o espaço para convergir os interesses dos stakeholdes de modo a tentar traduzir isso em ações”. Apesar da oportunidade com a
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