Em conferência internacional, especialistas vão analisar a biotecnologia e os desafios das novas economias na Amazônia
24/10/24
A temática é destaque na programação da segunda edição da Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias. O debate ocorrerá no dia 7 de novembro, às 14h, no palco Rio Tocantins, em Belém (PA).
A biodiversidade amazônica é reconhecida mundialmente por sua riqueza e diversidade. A região é fonte de insumos naturais para medicamentos, cosméticos, alimentos e uma vasta gama de outros produtos. Os desafios e oportunidades das novas economias, especialmente no campo da biotecnologia, serão temas centrais da segunda edição da Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias. O evento acontecerá de 6 a 8 de novembro em Belém, e as inscrições são gratuitas, com vagas limitadas. Faça aqui a sua!
Segundo Roberto Waack, palestrante do evento, um dos grandes desafios dos últimos tempos foi a decodificação de bactérias, plantas, animais e outros seres vivos. No entanto, ele ressalta que esse processo avançou consideravelmente nos últimos anos e agora é denominado sequenciamento digital. Waack é membro dos conselhos da Marfrig, Wise Plásticos, WWF Brasil, Instituto Ethos, Instituto Ipê e Instituto Arapyaú - Uma Concertação para a Amazônia.
Waack aponta que uma dificuldade anterior já foi superada: a automação desse processo com precisão. “Hoje, existem máquinas que realizam essa tarefa de forma eficiente, rápida e econômica. O segundo desafio é lidar com a quantidade massiva de informações geradas e entender o que cada fragmento do sequenciamento representa”, diz.
“Para isso, é necessário manipular um grande volume de dados e incorporar algum tipo de inteligência a essa análise. Essa é a fronteira atual: utilizar a tecnologia de sequenciamento digital em conjunto com bancos de dados e inteligência artificial”, explica. E acrescenta que é importante tentar entender o que esse volume imenso de genes expressa e como a expressão desses genes pode ser utilizada para diferentes fins na indústria farmacêutica, na indústria de alimentos e em várias fronteiras.
Ele explica ainda que a discussão recente sobre bioeconomia destaca três pilares essenciais: o recurso genético, o capital natural — que inclui infraestrutura e serviços ambientais, como recursos hídricos — e o pilar tecnológico. “Se aplicado de forma sustentável, esse pilar pode potencializar o valor da bioeconomia e do capital natural como um todo, reconhecendo que a Amazônia detém esse rico patrimônio. No entanto, é fundamental que toda essa evolução ocorra após uma análise criteriosa sobre o uso dessas tecnologias e suas possíveis externalidades negativas”, afirma.
Para Waack, esta segunda edição da conferência traz à tona a Amazônia como um centro de debates envolvendo diversos atores, indo além da geração de renda, impostos e produtos. Trata-se de um chamado à atenção para a região, para aqueles que nela vivem e para a conexão sustentável com o resto do mundo.
Sobre a Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias
Um dos focos principais é estruturar uma agenda de sugestões voltada a efetivar uma reação mais qualificada para recuperar o potencial da Amazônia em frear os efeitos das mudanças climáticas, tendo por premissa promover as novas economias e, ao mesmo tempo, proteger a biodiversidade e agir contra as atividades ilegais que destroem o meio ambiente e prejudicam a população e a economia da região.
A pauta foi organizada a partir de sugestões de mais de 80 representantes de diversos setores. A programação aborda muitos assuntos, tais como: Crime ambiental em territórios protegidos e indígenas; A conservação da biodiversidade e a reversão do tipping point/ponto de não retorno da Amazônia; Os desafios do desmatamento zero em 2030; Os desafios das Novas Economias da Amazônia: Biotecnologia; O conflito entre mineração e garimpo ilegal na Amazônia; A Agenda de Transição Energética, os desafios globais e o papel do Brasil. Confira aqui toda a programação.
O evento terá a participação confirmada de indígenas, quilombolas, povos ancestrais, ribeirinhos, acadêmicos, jornalistas, empresários, ambientalistas, governo, parlamentares, diplomatas e demais representantes de governos.
A Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias tem a parceria do governo do Pará e é apresentada por Vale e tem como patrocinadores: BHP e Hydro (categoria master); Itaú e MRN (categoria Belém); Alcoa (categoria gestão de resíduos); Conselho Indígena Mura (CIM) e Potássio do Brasil (categoria de Carbono). Os apoiadores institucionais são: Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje), Confederação Nacional da Indústria (CNI), Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS); Instituto Arapyaú; Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa); Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI); Serviço Social da Indústria (SESI); Uma Concertação para a Amazônia; Universidade Federal do Pará (UFPA). Também figuram como apoiadores o Sesi e o Senai. A Latam é a companhia aérea oficial.
Serviço
Segunda edição da Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias
Data: 6 a 8/11/2024
Local: Belém (PA)
Inscrições gratuitas: https://www.amazoniaenovaseconomias.com.br/
Público-alvo: profissionais de setores vinculados às novas economias, gestores públicos, executivos de empresas, profissionais da sustentabilidade e de ESG, gestores e profissionais de organizações da sociedade civil, comunidades de povos ancestrais e originários, negócios de impacto, cooperativas e associações, acadêmicos, ambientalistas, imprensa, público em geral.