Votorantim terá unidade no RN
10/05/07
O grupo Votorantim – gerenciador de indústrias de base em 20 estados e mais de 100 municípios brasileiros, além de operações em 12 países – tem arquitetado junto ao Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), uma área para instalação de uma fábrica de cimento no Rio Grande do Norte. O investimento do grupo – que obteve uma receita líquida em 2006 de R$ 29 bilhões – ainda não foi projetado. Segundo o presidente do DNPM, Carlos Magno Cortez, a intenção é que em cinco anos o projeto esteja montado.O plano do poderoso grupo – que opera nos segmentos industrial, financeiro e de negócios – é de investir no beneficiamento do calcário – uma das matérias primas para o fabrico do cimento. Uma área de três mil hectares localizada na Chapada do Apodi – região correspondente a 20% da área do estado e rica em recursos naturais, sobretudo o calcário – está em vias de legalização para a instalação da fábrica. A área fica a 17 quilômetros de Mossoró e próximo ao local onde será construída a estrada do caju, ligando o Rio Grande do Norte ao Ceará.Um dos gargalos enfrentados pelo grupo Votorantim para a total viabilidade econômica do negócio é a infra-estrutura logística de transporte do estado. Para o diretor-presidente da Companhia Docas do RN, Renato Fernandes, o investimento na industrialização do calcário potiguar dependerá da construção de um terminal marítimo na costa potiguar para escoar a produção do minério. Segundo ele, os estudos de localização para o terminal de granéis sólidos está pronto.Duas opções foram extraídas do estudo: a construção de um terminal nos mesmos moldes do Terminal Salineiro de Areia Branca, com operação por barcaças e estocagem em plataformas. O valor do projeto está orçado em R$ 252 milhões. A outra alternativa é a construção de um terminal graneleiro em Porto do Mangue, com abastecimento por esteiras. Para este terminal, o valor seria de R$ 126 milhões e cerca de R$ 100 milhões a mais para a dragagem de quatro quilômetros de mar.??O que vai esclarecer a melhor opção é o projeto executivo (previsto para abrir licitação em julho). Agora, é preciso que se regulamente as Parcerias Público-Privadas para que o empresário sinta-se seguro quanto ao capital investido. Um investimento de R$ 1 bilhão para viabilizar o ramal ferroviário (outro importante vetor logístico para exportação) só se dará através das PPPs??. O diretor-presidente da Codern ressaltou que a Companhia tem corrido para agilizar a elaboração do projeto executivo de construção de um terminal graneleiro, enquanto a secretaria estadual de Desenvolvimento Econômico tem feito sua parte para viabilizar o ramal ferroviário para o estado.Em novembro de 2006, o então titular da Sedec, Thiago Simas discutiu a situação da cadeia produtiva do calcário em reunião reservada em Mossoró. No encontro com representantes do setor, foi abordada a necessidade da implementação urgente de uma campanha de florestamento. Na época, foi constatado problemas enfrentados pela cadeia do calcário devido a falta de lenha para queimar a produção. Uma das alternativas apresentadas foi a integração da cadeia ao novo modelo de produção comercial para assentamentos, em que a poda do cajueiro serviria para abastecer as empresas de beneficiamento do calcário.Apesar de a localização da área em que a fábrica de cimento deverá ser instalada ser próxima a chamada estrada do caju, em Jucuri, o presidente do DNPM, Carlos Magno Cortez nega ligação com a necessidade de lenha para a queima da produção do minério. Segundo ele, o grupo Votorantim já esteve por diversas vezes no RN e reconhece a qualidade e as possibilidades de exploração e exportação do produto. Em 2004, o grupo esteve unido ao poderoso conglomerado belga, Lhoist, para trabalhar com o calcário na região de Baraúnas.
Diário de Natal