17/03/22

Preconceitos, estereótipos ou pensamentos tendenciosos geram decisões enviesadas e prejudiciais, diz especialista de evento promovido pelo IBRAM

No segundo dia da Diversibram – Semana da Diversidade e Inclusão na Mineração do Brasil, evento 100% virtual e gratuito organizado pelo Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), a Fundadora da CKZ Diversidade, Cristina Kerr, alertou sobre os vieses inconscientes que as pessoas têm, como combater os preconceitos gerados por eles e os impactos deste cenário na mudança de cultura para a diversidade e inclusão.

Consultora e especialista, Cristina Kerr lembrou que o IBRAM está realizando um trabalho fundamental ao promover uma meta de diversidade, pois a mineração é um setor ainda muito masculino e com poucos grupos minorizados. Ela explicou que, além das ações de inclusão, é preciso enraizar o respeito às diferenças. “Inclusão atrai, mas apenas o respeito retém. Diversidade é estratégico, mas a inclusão é a sustentação. É ela quem dá voz e o respeito gera o pertencimento”, explica Cristina Kerr.

Vera Lucia, Gerente Geral de Desenvolvimento Humano e Organizacional da Samarco e Cristina Kerr, Fundadora da CKZ Diversidade – crédito: divulgação

Cristina Kerr explicou que são cinco os tipos de vieses mais importantes: o de afinidade, que gera empecilhos na hora de contratar um colaborador, pois o entrevistador pode não considerar a pessoa por não sentir afinidade com ela; no de percepção, a outra pessoa não cabe dentro do estereótipo de outra; no de desempenho, se coloca em dúvida a competência do candidato pela aparência ou outra razão qualquer; o viés de confirmação; quando a pessoa não tem o padrão comportamental desejado; e o quinto, o viés da maternidade, quando o entendimento é que a mulher não será comprometida com o trabalho por conta da maternidade (ou ainda, em relações homoafetivas, quando o compromisso das pessoas com os filhos são confundidas com o compromisso laboral).

A consultora da CKZ falou também sobre os dois esforços que devem ser feitos para mudar o pensamento enviesado e de como o Esforço Consciente, que é tentar levar para o consciente o que está no inconsciente, pode auxiliar na mudança de cultura. Deve-se testar os modelos mentais e descobrir se há estereótipos e preconceitos neles. Por exemplo, trocar as nomenclaturas. Em vez de dizer “os líderes”, falar a liderança.

Outro esforço importante, segundo a palestrante, é buscar conviver com pessoas diversas, fazer exercícios com imagens para testar convicções e criar novas referências. Ela deu, como exemplo, pensar em quem comanda um avião — homem ou mulher? No presidente de uma corporação – branco ou negro? “São estes modelos mentais que devemos testar para saber os nossos vieses inconscientes”, completa.

Cristina comentou que o evento do IBRAM faz parte dos constantes esforços para tornar a sociedade cada vez mais inclusiva, respeitando a diversidade de todos. E que na maior parte das vezes “não nos damos conta do impacto dos vieses inconscientes nesse processo e, por isso, as tentativas acabam frustradas”.

O painel teve como moderadora a Vera Lucia, Gerente Geral de Desenvolvimento Humano e Organizacional da Samarco.

Patrocinadores e Apoiadores

A Diversibram conta com o patrocínio da Anglo American, ArcelorMittal e da Mosaic Fertilizantes e apoio da AngloGold Ashanti e da Mineração Caraíba.

Sobre a Diversibram 

A Diversibram – Semana de Diversidade e Inclusão da Mineração é um evento gratuito e online e terá programação até o dia 18. Foi criada para debater ações desenvolvidas pelo setor mineral em prol da inclusão e da diversidade. Abordará temas variados, como inovação, mudança de mindset para o ambiente de trabalho, vieses inconscientes, segurança psicológica, tendências de diversidade e inclusão para 2022 e os próximos anos.