05/03/09

4 de Março de 2009 – Enquanto as vendas de níquel esfriam e levam à demissão de centenas de funcionários da Companhia Vale do Rio Doce no exterior, o mercado de minério de ferro da companhia volta com fôlego. As exportações da matéria-prima no Brasil (maciçamente da Vale) cresceram 16% em fevereiro sobre janeiro, de acordo com relatório do Goldman Sachs baseado em informações da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). A mineradora não comenta o assunto, mas já havia previsto uma forte retomada das vendas de minério para a China no primeiro trimestre deste ano.
“Podemos ver que os dois primeiros meses deste ano mostram que as vendas do minério brasileiro estão se recuperando”, disse Marcelo Aguiar, vice-presidente do banco de investimentos para a área de mineração, que assina o relatório. Segundo ele, o volume de minério vendido no primeiro trimestre historicamente costuma ser baixo, mas dado o pessimismo do final dw 2008, as vendas serão relativamente expressivas. Em relação ao mesmo período de 2008, porém, houve recuo de 20% nas vendas de minério para o exterior, já que o cenário era absolutamente diferente antes da crise financeira mundial.
Segundo o especialista, os embarques serão de 50 milhões de toneladas até março. No último trimestre de 2008, forams 55 milhões de toneladas Para o segundo trimestre, o Goldman Sachs estima que as vendas alcançarão 59 milhões de toneladas – praticamente a retomada dos níveis anteriores à crise. Aguiar ressaltou que por ora a recuperação da demanda acontece apenas na China. No segundo trimestre, o movimento deve ser seguido pela Europa, disse.
Demissões na Vale Inco
A insistente queda no preço do níquel, resultado da queda da demanda e do aumento dos estoques, levou a Vale Inco a anunciar a demissão de 900 empregados em todo o mundo. Segundo a empresa, os cortes estão concentrados nas áreas corporativa, de gerenciamento e em funções de suporte ao negócio. A Vale ressaltou que não há plano de novos desligamentos no Brasil. “Infelizmente, as difíceis decisões anunciadas hoje são necessárias nestes tempos de exceção”, afirmou, em comunicado, o presidente da Vale Inco, Tito Martins. “A queda nos preços do níquel e a redução na demanda pelo metal tornam claro que continuar a operar da maneira como operamos atualmente simplesmente não é sustentável.”
O preço do níquel acumula queda de 80,9% desde o pico de US$ 51 mil a tonelada, de maio de 2007, e foi cotado ontem a US$ 9,73 mil a tonelada na Bolsa de Metais de Londres (LME). Em 2008, a menor cotação do metal já afetou os resultados da Vale. Apesar do recorde de vendas de níquel, a receita com o metal caiu 46,4%, para US$ 10,5 bilhões. (Gazeta Mercantil/Caderno C – Pág. 1)(Sabrina Lorenzi e Luciana Collet);

Gazeta Mercantil