Vale vai destinar um terço da produção de 2007 para a China
09/03/07
JANAINA LAGEDA SUCURSAL DO RIO
A Vale do Rio Doce aposta na continuidade do crescimento da China. Apesar das declarações do primeiro-ministro, Wen Jiabao, de que o país vai desacelerar o ritmo de crescimento de 10% para 8% ao ano, a Vale pretende elevar as vendas ao país. Segundo o diretor financeiro da Vale, Fabio Barbosa, a companhia vai aumentar sua produção de minério de ferro para 300 milhões de toneladas em 2007. Desse total, 100 milhões de toneladas serão destinadas ao mercado chinês. Ele minimizou as desconfianças do mercado sobre os efeitos de uma eventual redução de ritmo da expansão chinesa. “As autoridades já anunciaram a intenção de reduzir o crescimento para um ritmo mais moderado, mas não conseguiram diminuir a pujança do crescimento chinês. Não acreditamos em retração de demanda da Ásia.” Em 2006, a Vale se tornou a maior fornecedora de minério de ferro para a China, com embarque de 75,7 milhões de toneladas. A Ásia respondeu por 34% da receita bruta da companhia, com vendas também para Japão, Coréia e Taiwan. Só a China representou 18,3% do total. A Vale registrou lucro recorde de R$ 13,431 bilhões em 2006, 28,6% superior ao do ano anterior. O resultado foi motivado pelo aumento da produção de minério e pela procura em alta do produto. Apesar do desempenho, o número ficou abaixo das projeções. Segundo Barbosa, a diferença em relação às expectativas do mercado foi motivada por um ajuste contábil da produção de níquel da ordem de US$ 946 milhões no quarto trimestre e de US$ 980 milhões no primeiro trimestre deste ano. De acordo com o diretor, as normas previstas no padrão contábil americano exigem a valoração dos ativos pelo valor de mercado em casos de compra de empresas. A operação reduziu os resultados da companhia no quarto trimestre, em que obteve lucro de R$ 3,368 bilhões. Valor de mercadoCálculos da Vale do Rio Doce indicam que a aquisição da Inco resultou num aumento do valor de mercado da companhia da ordem de US$ 15 bilhões. Em 28 de fevereiro, a companhia era avaliada em US$ 79,2 bilhões. Segundo Barbosa, caso a empresa tivesse seguido a média do mercado, seu valor seria de US$ 64 bilhões.
Colaborou EPAMINONDAS NETO, da Folha Online
Folha de São Paulo