01/08/07

Rio, 1 de Agosto de 2007 – A Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) registrou lucro líquido de R$ 5,8 bilhões no segundo trimestre deste ano e já acumula R$ 10,9 bilhões de ganho líquido apenas no primeiro semestre deste ano. O salto de 50% no lucro de abril a junho em relação ao mesmo período do ano passado reflete alta de 9,5% nos preços do minério de ferro, além da venda dos ativos da Usiminas e da Log-In, empresa de logística. Considera, ainda, as operações da canadense Inco Limited, adquirida no segundo semestre do ano passado. A Vale apresentou receita bruta de R$ 18,2 bilhões entre abril e junho passado, o que representa um aumento de 80% na comparação com o apurado no segundo trimestre de 2006. O fatuamento do semestre acumula R$ 34,8 bilhões, ante R$ 18,4 bilhões em igual período do ano passado. Os recordes bilionários reforçaram a chiadeira dos municípios mineradores, que tentam aumentar a alíquota de royalties do setor, entre as mais baixas do mundo, conforme publicou este jornal. Enquanto a Vale anunciava o resultado financeiro, ontem, o Departamento Nacional de Produção Mineral publicou no site uma nota determinando que as mineradoras não descontem custos de frete do valor do royalty, prática condenada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Na semana passada, a Associação dos Municípios Mineradores de Minas Gerais (Amig) levou ao Ministério de Minas e Energia (MME) estudos de contribuição para a regulamentação do setor. Entre as conclusões da Amig está a de que a Petrobras paga cerca de 30 vezes mais royalties do que a Vale recolhe por meio da Contribuição Financeira pela Exploração Mineral (CFEM). Segundo ele, este é um dos motivos pelo qual a Vale tem conseguido alcançar resultados melhores que a Petrobras. Levantamento da consultoria Economática mostra que as ações preferenciais da Petrobras perderam para os papéis da Vale a liderança dos mais negociados da América Latina, após dois anos no posto de primeiro lugar. A Economática verificou que o volume médio diário mensal da Petrobras PN (PETR4) no mês de julho, até o dia 30, foi de R$ 429 milhões por dia, ante R$ 445 milhões/dia da Vale do Rio Doce PNA (VALE5). Segundo a Vale, `a execução da estratégia de crescimento com diversificação, lastreada em rigorosa disciplina na alocação do capital` permitiu os gordos resultados. A geração de caixa medida pelo Ebitda (lucro antes de despesas financeiras, impostos e depreciação), de R$ 10,3 bilhões, representou um novo recorde trimestral, com alta de 99% em relação ao segundo trimestre de 2006. No acumulado do ano, o Ebitda totaliza R$ 19,2 bilhões, ante R$ 8,9 bilhões no mesmo período de 2006. Renato Onishi, do HSBC, avalia que a queda do preço do níquel no final do segundo trimestre não afetou a companhia. Pelo contrário, o preço do níquel teve uma variação positiva mesmo se considerada a queda. Iniciou abril custando US$ 42 mil a tonelada, passando para US$ 50 mil em seguida e caindo para US$ 30 mil em junho.

Gazeta Mercantil