Vale prevê investimentos de US$ 4,6 bilhões em 2020
30/04/20
A pandemia causada pelo novo coronavírus levou a Vale a reduzir a previsão de investimentos em 2020 de US$ 5,1 bilhões para US$ 4,6 bilhões. Segundo a companhia, a redução ocorreu devido à depreciação cambial e à suspensão de “projetos não essenciais” para reduzir o contingente de pessoas em suas instalações como resposta à pandemia.
“Conforme o plano de resposta da Vale à pandemia de Covid-19, a empresa decidiu suspender ou postergar trabalhos em projetos não essenciais”, disse a empresa. “Investimentos em segurança de barragens e saúde e segurança são considerados essenciais, portanto, não estão sujeitos à suspensão neste momento”, salientou a empresa em comunicado divulgado na noite de terça-feira (28).
No relatório, a Vale declarou que os aportes no primeiro trimestre do ano totalizaram US$ 1,124 bilhão, sendo US$ 145 milhões em execução de projetos e US$ 979 milhões em manutenção de operações.
O volume de recursos representa redução de 23,6% em comparação com o último trimestre de 2019, queda atribuída pela companhia às fortes chuvas no início de 2020, que “geralmente desaceleram as obras em nossas instalações”, além da desvalorização do real frente ao dólar.
“Apesar de inferiores ao quarto trimestre de 2019, os investimentos foram os mais altos para um primeiro trimestre dos últimos três anos, principalmente devido ao maior volume de pagamentos, referente a obras executadas no trimestre anterior”, declarou a empresa, ressaltando ainda um primeiro trimestre “atípico” em 2019 devido ao rompimento da barragem da mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG).
Segundo a Vale, os investimentos poderão variar ao longo do ano dependendo, “em grande parte, dos desdobramentos da pandemia do Covd-19”. “Por esse motivo e pela depreciação cambial ocorrida, a Vale revisou suas estimativas para investimentos e novas atualizações poderão ser necessárias ao longo do ano”, disse a empresa.
A Vale ressaltou, porém, que a redução do investimento previsto para “não deve ser vista como economia real”, pois “é possível que essas despesas sejam incorridas em 2021, com custos extras para remobilização”.
“Nossa nova estimativa [de investimentos] foi feita não só considerando a paralisação dos projetos em curso, como também o novo câmbio Focus”, disse o diretor-executivo de Finanças e Relações com Investidores, Luciano Siani, em teleconferência com analistas. “Se a situação permanecer como está hoje, o gasto vai ser menor”, acrescentou.
O diretor lembrou também que a atual desvalorização do real tem efeito positivo para a empresa e afirmou que o câmbio será a variável do investimento da companhia até o fim do ano.
Fonte: Notícias de Mineração Brasil