Vale prevê dobrar volume de níquel em 5 anos
11/06/07
Por Daniel Magnowski
LONDRES, 11 de junho (Reuters) – O diretor executivo da área de ferrosos da Companhia Vale do Rio Doce, José Carlos Martins, afirmou nesta segunda-feira que a empresa pretende dobrar a produção de níquel nos próximos quatro a cinco anos, para 500 mil toneladas anuais.
Martins disse, após uma conferência do setor de mineração, em Londres, que a companhia deve investir cerca de 2 bilhões de dólares por ano para atingir essa meta.
A companhia alocou 7,4 bilhões de dólares em 2007 para investimentos, valor que não inclui possíveis aquisições.
“Nosso foco é no crescimento orgânico, porém estamos sempre procurando por aquisições”, disse Martins.
A Vale se tornou a segunda maior produtora do mundo de níquel depois de adquirir, em outubro do ano passado, a canadense Inco, por cerca de 17 bilhões de dólares.
A compra da empresa canadense resultou numa grande diversificação do perfil de faturamento da companhia.
Os metais não-ferrosos, principalmente o níquel e o cobre, contabilizaram 45 por cento dos rendimentos durante o primeiro trimestre, contra apenas 5,2 por cento no quarto trimestre de 2006.
Em novembro de 2005, a mineradora brasileira já havia comprado a também canadense produtora de níquel Canico, cujo projeto no Brasil, Onça Puma, está localizado próximo à mina de níquel Vermelho, no Pará, e que já pertencia à Vale.
A Vale também deseja aumentar a produção de minério de ferro para 450 milhões de toneladas até 2012, contra 300 milhões de toneladas em 2007.
A companhia é considerada atualmente a maior mineradora de ferro do planeta.
O Brasil produziu 24 por cento do minério de ferro mundial em 2006. O mercado mundial era de aproximadamente 1,46 bilhão de toneladas em 2006.
Em maio, o diretor-executivo da Vale disse que dois terços do aumento planejado na produção de minério de ferro viria de Carajás, enquanto o restante seria originário de outras minas no Sul e Sudeste do Brasil.
NOVO AUMENTO DO MINÉRIO
O mercado voltará as atenções para as negociações anuais dos contratos de minério de ferro no final deste ano. Já existe especulação sobre um novo aumento nos preços, devido à forte demanda chinesa, apesar de não haver indícios de quanto seria esta alta.
“Há uma grande necessidade de minério de ferro, o mercado determinará qual será o próximo aumento no preço, se houver (um aumento)”, disse Martins.
As vendas da Vale para os Estados Unidos em 2006 corresponderam a apenas 4 por cento do total comercializado pela companhia, em comparação a 18 por cento para a China e 18 por cento para a Ásia, excluindo a China.
“Quando falamos sobre commodities e minérios, eles (os EUA) já não dão mais direção”, afirmou Martins, em sua apresentação.
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