Vale espera hoje aprovação para compra da Inco
13/10/06
O governo do Canadá poderá aprovar ainda hoje a oferta de compra da Inco, segunda maior produtora de níquel do mundo, pela Companhia Vale do Rio Doce (CVRD). A probabilidade disso acontecer às vésperas do prazo final da adesão dos acionistas da canadense à proposta de compra da Vale, de 86 dólares canadenses por ação (o correspondente a Cdn$ 19,9 bilhões), é de 90%, na avaliação de fontes próximas das negociações. Mas, se o governo canadense não se manifestar, a Vale terá que prorrogar o prazo da oferta aos acionistas – que vence nesta segunda-feira, dia 16 – para o final de outubro.
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Sem esta aprovação, a compra da Inco não é fechada, mesmo que conte com adesão dos acionistas da companhia, conforme determinam as normas oficiais do Canadá. Naquele país, qualquer operação de fusão ou aquisição de uma empresa local por uma estrangeira precisa ser submetida ao Investment Canadian Act, legislação que regula o investimento estrangeiro. A aprovação do investimento é da alçada do ministério da Indústria local.
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Em meados de setembro, o ministério já havia solicitado uma prorrogação até final de outubro para examinar a proposta de aquisição da Inco pela Vale. O adiamento foi pedido para que seus técnicos pudessem estudar melhor os inúmeros documentos solicitados à Vale. A papelada enviada ao Canadá pela empresa brasileira esclarecia sobre seus investimentos no país e sobre a gestão ambiental dos seus projetos de mineração.
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A Vale, como empresa global, acredita que tem chance de ter a compra da Inco aprovada pelo governo canadense, como destacou na terça-feira seu diretor executivo de finanças, Fábio Barbosa. Na segunda-feira, a direção da companhia estará em Nova York, comemorando o “CVRD Day” e, possivelmente, a adesão dos acionistas da Inco à sua oferta de compra. Neste caso, se os detentores de 66% das ações aceitarem a oferta da Vale, ela será confirmada.
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Caso a Vale obtenha 90% das ações, os donos dos demais 10% serão obrigados a vender-lhe seus papéis. Ao produzir 177 mil toneladas em 2005, a Inco faturou US$ 4,51 bilhões e lucrou US$ 836 milhões.