04/11/08

As siderúrgicas chinesas e a Vale ainda não tomaram uma decisão sobre o reajuste dos preços do minério de ferro solicitado no meio do ano pela mineradora brasileira, disse o presidente do grupo chinês Baosteel, Xu Lejiang. “As partes ainda estão em negociações”, afirmou, às margens de uma reunião de representantes do setor. A Vale solicitou uma revisão de meio de ano nos contratos de fornecimento do minério, a fim de equiparar os preços cobrados na Ásia aos que são pagos pelos seus clientes na Europa.Mas o pedido da mineradora não encontrou muita receptividade, numa época em que as tarifas de frete e a demanda por minério estão em queda. Para o presidente da Baosteel, os preços do minério de ferro terão de refletir a diminuição substancial experimentada nos últimos meses pelas tarifas de frete e pelos preços do aço. “As condições mudaram neste ano”, disse o executivo. “No ano que vem haverá uma mudança nos preços.” Lejiang não especificou de quanto é a redução de preços que ele espera. Ao falar na Conferência de Siderurgia da China, o executivo disse que a demanda chinesa por aço despencou nos últimos meses, como resultado da desaceleração da demanda doméstica e da diminuição das exportações.
Ele acrescentou que a produção de aço da China deve cair para 480 milhões de toneladas neste ano. Segundo a consultoria especializada World Steel Dynamics, dos EUA, a China produziu 493 milhões de toneladas no ano passado. O dado é um pouco superior aos 489 milhões de toneladas informados pelo Instituto Internacional de Ferro e Aço (IISI, na sigla em inglês). Lejiang previu que, em resposta à desaceleração da demanda, a siderurgia chinesa começará um processo de consolidação, com as usinas maiores comprando as menos eficientes. A própria Baosteel espera elevar sua capacidade de produção, dos 28 milhões de toneladas do ano passado para 80 milhões de toneladas em 2012. Grande parte do aumento virá da compra de siderúrgicas menores, segundo o executivo.

Agência Estado / Brasil Infomine