Vale e Inpe lançam relatório sobre mudanças climáticas
10/09/08
São Paulo, 10 de Setembro de 2008 – A Vale do Rio Doce (Vale) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) lançaram ontem em Belém, no Pará, o primeiro de uma série de três relatórios sobre mudança do clima e seus impactos na vegetação, agricultura, biodiversidade e capacidade de geração de energia nos estados do Pará e do Maranhão. Neste primeiro relatório, os pesquisadores do Inpe estudaram a variação do clima e da temperatura em três períodos: 2010-2040, 2041-2070 e 2071-2100. O trabalho servirá de base para os próximos relatórios, previstos para março e abril de 2009. Segundo Flavio Montenegro, gerente-geral de relações institucionais e mudanças climáticas da Vale, o objetivo do estudo é levantar informações relevantes que possam ajudar na definição de políticas públicas para o combate às mudanças climáticas. “É a contribuição da Vale para o desenvolvimento sustentável”, diz. O especialista destaca três aspectos inovadores do estudo em relação aos relatórios do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) das Nações Unidas. “Um deles é a projeção para períodos mais tangíveis, começando em 2010”, diz. Outro aspecto é o seu nível de detalhamento regional. Enquanto o estudo do IPCC considera áreas de 300 quilômetros quadrados, o levantamento do Inpe avaliou o impacto das mudanças do clima para 50 quilômetros quadrados. Ele também ressalta como diferencial o apoio do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) – foram utilizados dados de 36 estações pluviométricas e climatológicas espalhadas pela região, 10 da Agência Nacional das Águas (ANA) e 26 do Inmet. Em resumo, o relatório mostra que o clima da região se tornará cada vez mais quente e seco ao longo deste século. A estimativa é de que, já entre 2010 e 2040, a temperatura pode ficar até 2C mais quente na área que abrange o leste do Pará até o Maranhão. No período de 2041-2070, a previsão é de aumento de até 4C. Também projeta redução de chuva de até 10%, entre 2010 e 2040, e de até 20%, entre 2041 e 2070. “O patrocínio do estudo se insere na política de sustentabilidade da Vale, que busca investir em projetos que promovam benefícios econômicos, sociais e ambientais”, afirma. Os gastos ambientais da empresa cresceram 234% para US$ 25,4 milhões no ano passado em relação aos US$ 7,6 milhões de 2006. Entre 2008 e 2012, a Vale pretende investir US$ 2,8 bilhões em meio ambiente em todos os países em que opera. Um dos principais projetos ambientais da empresa na região Norte é o Vale Florestar, concebido para proteger e recuperar as florestas nativas do sudeste do Pará, combinando o plantio de espécies da região com árvores de uso industrial. Este projeto constitui-se em uma iniciativa importante para mitigação da mudança do clima e, segundo Montenegro, deve retirar 1,6 milhão de toneladas de ao ano da atmosfera. (Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados – Pág. 4)(Denise Juliani)
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