Vale e BNDES retomam negociação para usina do Ceará
22/06/09
Depois de suspensas por alguns meses, a Vale e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (B NDES) voltaram a negociar a entrada da instituição financeira no projeto de construção de uma usina siderúrgica do Ceará.
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Segundo fonte próxima ao negócio, representantes da mineradora brasileira já estiveram na sede do banco para discutir o tema. Hoje, a Vale e a coreana Dongkuk assinaram um memorando de entendimento com o governo do Ceará para definir o Complexo Industrial e Portuário de Pécem, no município de São Gonçalo do Amarante, como o local para instalação da Companhia Siderúrgica do Pecém.
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No comunicado, a mineradora brasileira informou que o projeto, orçado em US$ 4 bilhões, nasce com capacidade para produzir anualmente de três a seis milhões de toneladas de aço para exportação. Além de produtos siderúrgicos, a usina também irá produzir energia elétrica para comercialização no mercado brasileiro. No mercado financeiro, o comentário era que, no passado, o BNDES estaria negociando uma participação também minoritária no projeto.
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Pela estrutura atual, a Vale deteria 20%, enquanto o controle majoritário ficaria nas mãos da coreana Dongkuk. A tentativa da Vale de instalar uma usina no Ceará vem desde 2005, ano em que a mineradora começou a acertar com as siderúrgicas italiana Danieli e com a sul-coreana DongKuk a construção da Ceará Steel.
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O projeto, no entanto, sofreu diversos percalços. O primeiro deles foi a desistência, cerca de dois anos depois, do grupo italiano do projeto. Ainda em 2007, a Vale refez a rota tecnológica do empreendimento, que seria abastecido com gás natural subsidiado. Uma queda-de-braço entre a mineradora e Petrobras em torno do assunto fez com que o projeto passasse a ser movido a carvão.
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Com o redesenho, a unidade, que estava orçada em US$ 800 milhões, teve seu custo ampliado para cerca de US$ 2 bilhões,. Diante das dificuldades, o investimento na Ceará Steef foi cancelado. A nova tentativa recebe o nome de Companhia Siderúrgica de Pecém.
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Além do projeto do Ceará, a Vale participa ainda da construção de outras duas unidades siderúrgicas no país: a Thyssenkrupp CSA, no Rio de Janeiro, e a Aços Laminados do Pará. A primeira terá capacidade para produção anual de 5 milhões de toneladas de placas de aço. O projeto engloba ainda porto, coqueria e térmica. O início das operações está previsto para final 2009 ou início 2010. A segunda unidade será em Marabá, no Pará, e está programada para produzir 2,5 milhões de toneladas de aço.
Agência Estado / Brasil Infomine