Vale do Rio Doce tem lucro recorde de R$ 4 bilhões no terceiro trimestre
09/11/06
Vera Saavedra Durão
09/11/2006
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A Vale do Rio Doce alcançou resultado recorde no terceiro trimestre do ano, surpreendendo o mercado e superando as expectativas dos analistas. De janeiro a setembro, a companhia acumulou lucro líquido de R$ 10,1 bilhões, correspondente a R$ 4,16 por ação, com crescimento de 28,9% relação ao mesmo período do ano anterior, quando contabilizou um ganho líquido de R$ 7,8 bilhões, conforme os dados do balanço da companhia divulgados em BR Gaap, ou seja, de acordo com as normas contábeis do país. No terceiro trimestre, a Vale obteve um lucro recorde de R$ 4 bilhões (R$ 1,64 por ação), superando em 46,6% igual trimestre do ano passado.
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Nos nove meses, a receita bruta somou R$ 30,1 bilhões, com alta de 14,9% ante o mesmo período de 2005, puxada pelo volume recorde de vendas de 73,4 milhões de toneladas de minério de ferro e pelotas no terceiro trimestre. Entre julho e setembro, a receita bruta da Vale atingiu R$ 11,6 bilhões, também novo recorde trimestral da empresa, 28,8% acima do resultado terceiro trimestre de 2005 e em 14,9% o recorde anterior, que foram os R$ 10,1 bilhões alcançados no segundo trimestre deste ano.
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Outro indicador importante do balanço da Vale foi a geração de caixa, medida pelo Lajida (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações), que atingiu R$ 14,8 bilhões até setembro, ante R$ 12,5 bilhões nos nove meses de 2005. No terceiro trimestre, o Lajida da companhia foi de R$ 5,9 bilhões, 36,5% acima do alcançado no mesmo trimestre de 2005, outro valor recorde trimestral.
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Os números em US Gaap, contabilizados conforme as normas contábeis da Securities and Exchange Commission (SEC) americana, indicaram lucro líquido de US$ 4,9 bilhões no ano, até setembro, e de US$ 1,9 bilhão no último trimestre. Os analistas do Unibanco e da Merrill Lynch previam para o trimestre ganho líquido de US$ 1,4 bilhão. Marcelo Aranha, da Fator Corretora, trabalhava com US$ 1,7 bilhão, foi o que chegou mais perto do valor anunciado. “O resultado veio forte, bem acima do consenso de mercado”, afirmou.
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A receita receita bruta em dólares atingiu US$ 12,8 bilhões nos nove primeiros meses do ano e US$ 5 bilhões no terceiro trimestre. A receita operacional líquida da Vale no terceiro trimestre foi de US$ 4,8 bilhões e o Lajida, US$ 6,2 bilhões em nove meses e US$ 2,7 bilhões no terceiro trimestre, registrando uma margem recorde de 56,10% neste período, isoladamente.
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Os negócios com minério de ferro responderam por 71,6% da receita bruta. Os produtos da cadeia de alumínio também se destacaram, contribuindo com 12,6% deste faturamento, enquanto os minerais não ferrosos por 7,7% e serviços de logística, por 7,6%. A Ásia passou a ser o principal destino das vendas da Vale, com 34,9% do total da receita, ante 33,8% do mercado americano e 26,6% da Europa. A China foi responsável por 19% da receita total da companhia no terceiro trimestre, ante 15,7% no mesmo período de 2005.
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A Vale, que acabou de adquirir a Inco, cujo resultado será incorporado ao balanço da mineradora brasileira no último trimestre do ano, a título de ilustração somou seu resultado dos nove meses do ano com os da Inco, para ter uma idéia da grandeza da nova companhia. A receita bruta das duas empresas juntas alcançou, de janeiro a setembro, US$ 18,2 bilhões, o Lajida foi de US$ 8,6 bilhões e o lucro líquido de US$ 6,1 bilhões. A CVRD Inco será uma verdadeira gigante, na avaliação dos analistas.
Valor Econômico