Vale do Rio Doce investe na capacitação de mão-de-obra no norte do País
20/11/07
O mercado de trabalho no Brasil necessita de mão-de-obra qualificada. E como a mineração é uma atividade que gera milhares de empregos no Brasil, o tema capacitação de trabalhadores foi incluído na 2ª Conferência de Responsabilidade Socioambiental ? Mineração Sustentável, promovida nos dias 19 e 20 de novembro, em Belém, pelo Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM).Um dos palestrantes do segundo dia do evento, João Menezes, gerente geral de Recursos Humanos do Sistema Norte da Vale do Rio Doce (associada ao IBRAM), lembrou que o problema da carência de mão-de-obra é nacional e que isso ocorre pelo fato do mercado e dos responsáveis pela formação não falarem a mesma língua. ?Hoje, as escolas têm a formação voltada para o nível superior e pouco foco para a formação técnica, porém, 90% do mercado de trabalho hoje é voltado para técnicos e operadores?, garante João.Segundo ele, a Vale tenta fazer sua parte para suprir essa carência no mercado, uma vez que um dos seus objetivos é contratar mão-de-obra local. Para alcançar esse objetivo, explicou João, a empresa atua em parceria com instituições como o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Centro Federal de Educação Tecnológica (CEFET) e Universidade Federal do Pará (UFPA), para capacitar trabalhadores em municípios onde a empresa atua, como Ourilândia do Norte, Parauapebas, Marabá e Canaã dos Carajás. ?Dessa forma, nós estamos também incentivando uma aproximação entre a teoria e a prática?, destaca o gerente de RH.Ele disse ainda que a empresa enxerga na região Norte e Nordeste um cenário complexo de disputa por mão-de-obra qualificada, em função da instalação de projetos que vão demandar profissionais qualificados. Os exemplos dados por ele são os próprios investimentos da Vale, como o projeto de cobre Salobo, em Marabá, ou mesmo a mineração de níquel, em Ourilândia do Norte. ?Nós temos uma experiência de 22 anos de operação no Pará, mas as vitórias do passado não garantem que seremos competitivos nos próximos cinco anos, por isso o forte trabalho no mercado do Norte e Nordeste?, explica, acrescentando que além dos projetos da empresa, outros estão chegando na região e também disputam por essa mão-de-obra qualificada ? caso da Petrobrás e da petrolífera venezuelana PDVSA, que estão implantando uma refinaria de petróleo em Recife (PE).US$ 5,18 serão investidos no setor mineral do Pará Outra palestra que também falou sobre as oportunidades do mercado na região foi a do Programa de Desenvolvimento de Fornecedores (PDF), coordenado pela Federação das Indústrias do Estado (FIEPA). David Leal, coordenador do PDF, explicou que até 2010 serão investidos em novos projetos no Pará cerca de US$ 8,2 bilhões, dos quais US$ 5,18 serão no setor mineral. A expectativa, de acordo com Leal, é de que o investimento total gere pelo menos 35.710 novos empregos, além de oportunidades de negócios para as empresas locais. ?Nenhum desses investimentos está em Belém. Os negócios e oportunidades negócios estão no interior. Faço um alerta também para os estudantes que estão na platéia, porque os empregos também não estão na capital?, destacou.David Leal explicou que o PDF, preocupado com a carência de mão-de-obra qualificada, sugeriu a capacitação de trabalhadores locais. O projeto está prestes a se concretizar, pois na próxima semana, informou, será assinado um convênio entre Fiepa e Governo do Pará, que vai permitir a capacitação de 17 mil trabalhadores no Estado.Temple Comunicação