Vale diz que preço do minério de ferro deve subir, em 2008
02/08/07
Grupo prevê elevar produção anual de minério de ferro em 30 milhões de toneladas até 2011 O presidente da Companhia Vale do Rio Doce, Roger Agnelli, afimou ontem que o preço do minério de ferro deve ter nova alta nas próximas negociações sobre o preço referência para 2008, que são tradicionalmente iniciadas em novembro. `A tendência é de o preço subir, mas em quanto, depende de sentarmo-nos à mesa para saber`, disse o executivo, acrescendo que a demanda pelo produto deve manter-se aquecida diante de cenário de manutenção de crescimento da economia mundial. Nos contratos vigentes neste ano, o aumento no preço do minério de ferro foi de 9,5%. Em 2006, o reajuste tinha sido de 19% e exigiu negociações com os chineses, seus principais clientes, que duraram vários meses. No ano anterior (2005), os preços já tinham aumentado 71,5%. De acordo com o executivo, a meta da companhia é aumentar, anualmente, a produção de minério de ferro em cerca de 30 milhões de toneladas. Desta maneira, a empresa encerraria este ano em 300 milhões de toneladas. `Em 2008, deveremos encerrar em pouco mais de 330 milhões de toneladas. Persistimos na meta de chegar a 2011 com 450 milhões de toneladas`, afirmou Agnelli. Uma das grandes apostas da empresa nesta área concentra-se na mina de Serra Sul, do Complexo de Carajás, no Sistema Norte. `Este projeto é importante, primeiro para a tender à demanda mundial, segundo também para atender à demanda nossa, que é a redução de custos. Será possível iniciar a produção com nível de custos muito inferior aos de algumas minas da Vale do Rio Doce. O projeto vai colocar em patamares muito competitivos o custo de produção da empresa`, acrescentou. A mina de Serra Azul tem reservas estimadas de 12 bilhões de toneladas. Agnelli explicou que a relação estéreo-minério de algumas minas da companhia fica em torno de 3 para 1. No caso da nova mina, esta relação cairia para 0,7 para 1. `Na mina de Serra Sul, o minério está mais à flor da terra. Nas minas mais antigas, são mais profundas, então os custos são maiores`, disse.Em relação ao projeto da Maranhão Steel, que seria tocado em parceria da Vale com a chinesa Baosteel, Roger Agnelli disse que foi descartado. O projeto foi substituído pela construção de usina siderúrgica no Espírito Santo, em joint-venture com o grupo chinês. `O Governo do Estado do Espírito Santo foi extraordinariamente ágil e e está aproveitando momento muito importante da indústria siderúrgica mundial. Estamos trabalhando para trazer investimentos para o Brasil e há novos grupos interessados. Obviamente não é só o Brasil, mas locais como a Índia têm apresentado-se como alternativa. O Maranhão poderá ser considerado novamente se tiver terreno e infra-estrutura adequada`, comentou o executivo. Na área de carvão, Agnelli afirmou que o projeto de Moatiza, em Moçambique, encontra-se em fase final de negociação. A empresa está em discussões, que devem terminar nos próximos dias, com empresa indiana para a construção de ferrovia que levará a produção da reserva até o porto. A logística tem sido um impasse para as operações da recém-adquirida IMCI, que tem nos portos daquele país entrave para aumento de sua produção. `A logística tem sido problema recorrente em todos os países mineradores, que têm o desafio de aumento de capacidade de seus portos`, disse ele. A Vale divulgou na terça-feira balanço com lucro recorde de R$ 5,8 bilhões no segundo trimestre do ano, elevando os ganhos deste ano para R$ 10,9 bilhões.
Jornal do Commércio – RJ