Vale deve iniciar projeto em Moçambique em 3 meses
28/03/07
Por Charles Mangwiro
MAPUTO, Moçambique (Reuters) – A Companhia Vale do Rio Doce prometeu começar a desenvolver o projeto de carvão de Moatize, avaliado em 1,2 bilhão de dólares, dentro de três meses, informou uma ministra de Moçambique na quarta-feira.
Um consórcio liderado pela Vale, a maior produtora mundial de minério de ferro, assumiu o compromisso num plano de desenvolvimento recentemente submetido ao governo de Moçambique, disse Esperança Bias, ministra de Recursos Minerais, à rádio estatal.
Bias afirmou que o governo trabalharia próximo ao consórcio para assegurar que a construção possa ser iniciada, assim como outros trabalhos para desenvolver a mina, localizada a 1.700 quilômetros ao Norte da capital, Maputo.
“É nosso desejo que durante a primeira metade deste ano algo visível comece a acontecer na região de Moatize”, disse Bias, acrescentando que o governo estava atualmente avaliando o impacto ambiental, econômico e social do projeto.
Estima-se que a mina de Moatize, que sofreu danos expressivos durante a guerra civil no país africano, nas décadas de 1970 e 1980, contenha cerca de 2,4 milhões de toneladas em reservas de carvão, o que a torna um dos maiores depósitos inexplorados do hemisfério Sul.
O consórcio encabeçado pela Vale, que ganhou os direitos de reabilitar a mina por meio de uma licitação do governo em 2004, espera começar a produção em 2010, com um volume estimado por ano em cerca de 12 milhões de toneladas de carvão.
Parte da produção vai alimentar uma estação de energia térmica no país, de 2 mil megawatts, com o resto sendo destinado principalmente para exportação. O projeto inclui uma ferrovia de 900 quilômetros ligada a um porto de águas profundas.
“No momento temos uma equipe de moçambicanos e brasileiros trabalhando no projeto, e o cronograma apresentado ao governo prevê o início das exportações de carvão até maio de 2010”, afirmou Galib Chaim, diretor-geral da Vale em Moçambique.
O projeto de Moatize é um dos mega-investimentos mais recentes para diversificar a economia do país, que cresce rapidamente, mas ainda depende muito de agricultura e turismo.
Moatize colocaria a antiga colônia portuguesa, um dos países mais pobres do mundo, na concorrência com a vizinha África do Sul no mercado de carvão. A África do Sul é o quarto maior exportador mundial do produto.
Reuters