Vale alcança lucro recorde de R$ 13,43 bilhões em 2006
08/03/07
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Resultado foi puxado pela alta do minério, mas ficou 10% abaixo do que previam analistas
Irany Tereza
A Companhia Vale do Rio Doce anunciou ontem lucro de R$ 13,431 bilhões em 2006. Apesar de ter batido mais um recorde histórico, a mineradora teve desempenho abaixo do que esperava o mercado. Projeções de analistas de bancos e corretoras, como ABN Amro, Ágora e Brascan, indicavam resultado R$ 1,5 bilhão maior. Mesmo assim, o novo recorde de lucro, receita, geração de caixa e produção foi comemorado pela empresa.`O acerto de decisões estratégicas nos fez emergir como a segunda maior empresa do mundo na indústria de mineração e metais por capitalização de mercado`, diz a nota da Vale, informando o resultado financeiro e operacional. A empresa calcula que seu valor de mercado aumentou em mais de US$ 75 bilhões nos últimos seis anos e destaca que o retorno total aos acionistas chegou a 42,7% ao ano no período de 2001 a 2006.O lucro de 2006 correspondeu a um aumento de 28,6% em relação aos R$ 10,443 bilhões apurados em 2005. Um dos principais motivos foi o aumento de 19% nos preços do minério no início de 2006. A receita líquida atingiu R$ 46,746 bilhões, o que representa uma alta de 32,2% frente ao ano anterior. No detalhamento de seu desempenho, a companhia destaca as vendas de minério de ferro e pelotas, os principais produtos do grupo, que bateram o recorde de 272,6 milhões de toneladas e tiveram como um dos principais destinos o mercado chinês.`A Vale se transformou no maior fornecedor de minério para a China, para onde embarcou 77,8 milhões de toneladas, com crescimento de 37,8% em relação a 2005`, diz o comunicado ao mercado. A China representou 28,7% do volume total de venda de minério da empresa.Também a compra da mineradora canadense Inco, por quase US$ 18 bilhões, em outubro do ano passado, foi destacada na nota, com foco na manutenção do perfil de endividamento da companhia, apesar do alto valor do negócio. `A aquisição foi realizada com sucesso, tendo sido financiada em condições bastante favoráveis, que nos permitiram continuar a ter uma dívida com perfil de baixo risco, sendo mantido o grau de investimento da companhia pelas quatro maiores agências de rating do mundo`, diz a nota. Com a compra da Inco, o endividamento da Vale subiu de US$ 5 bilhões em 2005 para US$ 22,5 bilhões no final de 2006.Segundo a empresa, o resultado do quarto trimestre do ano passado já trouxe reflexos parciais da consolidação da Vale-Inco, com a maior produção trimestral de níquel. A Inco era a segunda maior produtora de níquel do mundo. `A Vale foi a empresa que mais produziu níquel refinado no mundo em 2006`, destaca a empresa, informando que a consolidação das receitas da Inco contribuiu para elevar em R$ 6 bilhões a receita bruta da empresa, que atingiu o recorde de R$ 46,746 bilhões em 2006.As exportações, de US$ 9,656 bilhões, cresceram 37,5% em comparação a 2005 e consolidaram a Vale como a maior exportadora líquida brasileira, com saldo de US$ 8,784 bilhões, o que representou uma contribuição de 19% do superávit total da balança comercial brasileira.A empresa diz também no comunicado que, após quatro anos de forte expansão, continua acreditando que a economia global continue a crescer solidamente este ano. `Com isto, o ciclo econômico atual se constituirá provavelmente no mais longo período de expansão vivenciado pela economia mundial nos últimos sessenta anos, o que vem se refletindo de forma bastante intensa no comportamento da demanda por minérios e metais.` NÚMEROSR$ 46,7 bilhõesfoi a receita da Vale, alta de 32,2% em relação ao ano anteriorR$ 13,4 bilhõesfoi o lucro líquido da empresa, ante R$ 10,4 bilhões de 2005US$ 26 bilhõesfoi o total de investimentos, sendo US$ 21,5 bilhões gastos com aquisiçõesUS$ 8,7 bilhõesfoi o valor das exportações líquidas, o que fez a Valecontribuir com 19% do superávit da balança comercial brasileira
COLABOROU: MÔNICA CIARELLI
O Estado de São Paulo