Urânio enriquecido no Brasil vai abastecer usina nuclear do país
07/01/15
Uma usina nuclear brasileira será reabastecida pela primeira vez, com urânio enriquecido no país. Na 22ª recarga de combustível da usina Angra 1, que está prevista para o ano de 2016, 80% do urânio a ser utilizado virá da Fábrica de Combustível Nuclear (FCN) das Indústrias Nucleares do Brasil (INB), localizada em Resende (RJ).
A única mina de urânio em operação no Brasil é das INB e localiza-se em Caetité (BA). A mina tem capacidade de produzir 400 toneladas de concentrado de urânio por ano.
A tendência é diminuir a dependência do Brasil, que atualmente enriquece 100% do urânio usado no reabastecimento das usinas Angra 1 e 2 em empresas estrangeiras. A utilização de tecnologia nacional vai gerar economia para o setor nuclear brasileiro, já que o processo de enriquecimento representa 30% do custo de fabricação do combustível nuclear.
Todo o urânio enriquecido (UF6) produzido na FCN até junho de 2015 será utilizado na fabricação de combustíveis da 22ª recarga de Angra 1, programada para o ano seguinte e com duração estimada em 36 dias.
Atualmente, estão sendo acumuladas cerca de 16 toneladas de urânio enriquecido para essa recarga de Angra 1, o que corresponde a oito cilindros do material. Em seu estado natural, o índice de concentração do urânio é de 0,7%, mas, após o processo de enriquecimento, essa taxa chega a 4%. Com este nível de concentração, gera-se uma grande quantidade de energia, capaz de alimentar os geradores nucleares.
Novos estudos vêm sendo feitos para atender, no futuro, toda a geração energética nuclear do Brasil, o que inclui as usinas Angra 1 e 2, em funcionamento, e Angra 3, com previsão para entrar em operação comercial em 2018. Em números, isso representará uma potência nominal de 3.395 MW (640 MW de Angra 1, 1.350 MW de Angra 2 e 1.405 MW de Angra 3).
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