Três setores lideram movimento rumo ao exterior
11/12/08
Os setores de mineração, alimentação e siderurgia foram os líderes no movimento das empresas brasileiras rumo ao exterior – liderança em parte explicada, segundo analistas pela escalada no preço das commodities, em especial minérios e aço. Tirando proveito desse cenário, a Gerdau, por exemplo, ampliou fortemente sua presença global. A siderúrgica, que liderou em 2006 e 2007 o ranking da Fundação Dom Cabral das empresas brasileiras mais internacionalizadas, iniciou sua caminhada pela América Latina, expandindo-se para a Europa e Estados Unidos.Outra protagonista desse processo foi a Vale. A empresa vinha realizando nos últimos três anos aquisições de diversas companhias do setor, sendo a mais importante delas a da canadense Inco, produtora de níquel. Esse negócio, de cerca de US$ 18 bilhões, permitiu que a mineradora saltasse, em 2006, da quarta posição no ranking mundial das mineradoras para a segunda colocação.As últimas declarações feitas pela diretoria da empresa, no entanto, sinalizam que novas aquisições no exterior não são prioridade, neste momento. A empresa, na verdade, já anunciou férias coletivas e demissões. “O inverno não chegava, não chegava, não chegava…chegou”, disse recentemente o presidente da Vale, Roger Agnelli.O consultor da Inter-B e ex-economista do Banco Mundial, Cláudio Frischtak, aponta a incapacidade de se projetar consumo e preço de produtos e commodities como um dos maiores vilões de quem ainda quer apostar no exterior. “O maior problema hoje é fazer a avaliação dos ativos. Como saber se o que está sendo pago é justo? A crise traz uma grande dose de imprevisibilidade, o que impede que se projete, por exemplo, o preço de um produto daqui a alguns meses ou anos. Sem isso, não há como se calcular taxas de retornos dos investimentos.”Frischtak chama a atenção, porém, para um trunfo que a maior parte das empresas globais brasileiras tem como escudo. “Muitos dos negócios feitos no exterior foram realizados em países emergentes”, diz. “E esses países estão sendo menos afetados pela crise.”
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Agência Estado / Último Segundo