Transporte de Urânio exigiu megaoperação
11/10/07
As 300 toneladas de concentrado de urânio transportadas segunda-feira de Caetité para o porto de Salvador com destino ao Canadá e Europa, onde será enriquecido para ser utilizado como combustível nas usinas nucleares Angra 1 e 2 no Rio de Janeiro, trouxeram apreensão devido ao caráter radiativo da carga. Em entrevista ao A Tarde On Line, o gerente de produção, em Caetité, das Indústrias Nucleares do Brasil (INB), Hilton Mantovani, explicou que o transporte da carga foi feito de acordo com a Convenção de Segurança Nuclear da Agência Internacional de Energia e contou com o apoio da Polícia Rodoviária Federal, Companhia das Docas da Bahia, Ibama, além de um treinamento específico de todos os funcionários envolvidos na operação. Esse foi o maior volume de urânio usado como combustível nuclear já reunido pela INB.
Avaliada em R$ 70 milhões, a carga foi transportada em 21 carretas. “Foram dois comboios, ambos escoltados pela Polícia Rodoviária e por um veículo com a equipe de segurança industrial. Fizemos também revezamento dos motoristas devido a extensão do trajeto”, explica. De Caetité para Salvador são 757 quilômetros de distância. Segundo Mantovani, em termos de radiação, o transporte não traz risco. “Na verdade, quem pensa assim é por falta de informação. Esse transporte acontece em vários países. Muita gente associa ao risco do césio, mas é um engano”, considera, referindo-se ao acidente ocorrido há cerca de 20 anos em Goiás, com o Césio 137. Mantovani disse ainda que é pequena a dose de radiação recebida pelos funcionários. “Dois anos de trabalho dentro da mina de urânio equivale a mesma quantidade recebida em um raio X dentário”, disse. A informação foi confirmada por Sandra Cecília Miano, física nuclear do Ibama.
A Tarde Online