08/01/22

O Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) informa que está acompanhando o caso de transbordamento de um dique de contenção de água de chuva de uma barragem de rejeitos da mina de Pau Branco, da companhia associada Vallourec, situada em Nova Lima (MG), região metropolitana de Belo Horizonte. O transbordamento do sistema de drenagem aconteceu na manhã deste sábado, 8 de janeiro. Segundo o Corpo de Bombeiros, foi consequência das intensas chuvas na região, o que sobrecarregou o dique da empresa.

Os bombeiros informam que trecho da rodovia BR-040 foi interditado, em razão do vazamento. Segundo o tenente Pedro Aihara, porta-voz do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais, não há motivo para pânico. Ele confirmou que não houve rompimento da barragem. “Não há situação de risco iminente no local e isso é muito importante ser destacado para que não haja nenhum tipo de pânico na população”, assegurou Aihara em entrevista na manhã deste 8/1.

“O que aconteceu é que a região foi afetada por uma forte chuva e nessa região há uma estrutura de contenção de água de chuva; um dique (…) Em decorrência da quantidade de água das chuvas direcionadas para esse local ocorreu o transbordamento dessa estrutura. É uma estrutura de mineração considerada pequena (…) O maciço se encontra íntegro, não há nenhum tipo de rompimento, de problema dano estrutural (…) e não há nenhuma vítima fatal ou nenhuma comunidade em risco que demande qualquer tipo de ação de evacuação”, afirmou o tenente Aihara.

A Vallourec emitiu nota na tarde de sábado para esclarecer o ocorrido. “Em função das chuvas excessivas dos últimos dias houve um carreamento de material sólido da pilha Cachoeirinha para o Dique Lisa, localizado em Nova Lima, ocasionando o transbordamento desse dique, que fica próximo à BR 040 (…) Em decorrência desse transbordamento e em conformidade com o PAEBM (Plano de Ação de Emergência para Barragens de Mineração) as sirenes foram devidamente acionadas, na manhã deste sábado (8/1), às 10h31. Como consequência, a BR 040 foi interditada de imediato, pela administradora da rodovia”, diz trecho do documento.

Em nome do setor mineral, o IBRAM lamenta o ocorrido e suas consequências à população e informa que seus dirigentes e técnicos estão em contato permanente com a mineradora associada e com autoridades, de modo a buscar mais informações sobre as causas e estruturar ações em resposta.

Setor mineral age para reduzir riscos

As barragens de rejeitos são estruturas que podem ser integrantes de instalações industriais de uma mineradora. A depender do projeto, elas são consideradas essenciais para armazenar rejeitos minerais que poderão ser reaproveitados ou, simplesmente, que precisam ser descartados após o processo industrial em um espaço próprio para isso. Como em toda operação industrial, as barragens oferecem riscos e, por vezes, fenômenos naturais – como excesso de chuvas – podem ocasionar incidentes, como parece ser o caso.

As empresas associadas ao IBRAM têm investido esforços e recursos, com maior ênfase, nos últimos 6 anos, para elevar o patamar de segurança operacional de todos os processos produtivos, o que inclui a gestão de barragens de rejeitos. Barragens consideradas de maior risco, como as construídas pelo método construtivo chamado ‘a montante’, por exemplo, estão sendo desativadas e descaracterizadas. Há iniciativas de empresas para substituir o armazenamento de rejeitos com uso de água por métodos a seco.

Todas essas são ações de longo prazo e visam mitigar boa parte dos riscos das operações minerárias. Avanços têm sido conquistados nesse sentido e podem ser conferidos nos canais de comunicação das mineradoras e do próprio IBRAM.

Clique para ler a íntegra da nota da Vallourec.