Trabalho na construção assinala queda
23/04/08
Na CONTRAMÃOEmbora seja intensa a demanda no País por mão-de-obra, no Pará o setor demite
O crescimento do setor de construção civil provocou uma corrida das construtoras por contratação mão-de-obra básica de outros Estados e até de países vizinhos. Só no primeiro bimestre, o emprego na construção foi recorde e somou 1,9 milhão de trabalhadores no País. A procura por carpinteiros e pedreiros supera em muito a oferta.
No entanto, a construção civil no Pará continua em curva descrescente desde o início do ano, em relação aos postos formais de trabalho criados pelo setor. No mês de março, segundo análise do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socio-Econômicos (Dieese) do Pará, a partir dos dados do Cadastro Geral de Empregos (Caged) do Ministério do Trabalho, houve uma queda de 1,39% das vagas criadas pela construção civil no Estado. No total, foram feitas 3.004 admissões contra 3.619 demissões, gerando saldo negativo de 615 postos de trabalho. Esta mesma tendência de queda ocorreu em outros três Estados da região Norte, conforme os dados do Caged. A maioria dos Estados apresentou saldo positivo, mas além do Pará,
o Acre e o Tocantins tiveram saldo negativo de postos de trabalho na construção civil.
A tendência de queda no Pará se manteve durante todo o primeiro trimestre deste ano. De janeiro a março, segundo o balanço do Dieese, apresentou saldo negativo de emprego, um decréscimo de 2,36%. Foram realizadas 9.828 admissões contra 10.876 demissões, gerando um saldo negativo de 1.048 postos de trabalhos. Mesmo negativo, o saldo do primeiro trimestre deste ano é menor que o mesmo período de 2007, quando foram extintos 2.474 postos de trabalhos.
NA REGIÃO
Neste trimestre, ainda segunda a análise do Dieese, foram feitas em todo a região Norte 20.700 admissões contra 20.539 desligamentos, gerando um saldo positivo de 161 postos de trabalhos e um crescimento de apenas 0,17% do emprego formal no setor da construção civil.
Nos últimos 12 meses, aponta o Dieese, no Pará o setor apresentou saldo positivo de emprego, um crescimento de 14.47%. Neste mesmo período foram feitas 36.935 admissões contra 31.748 demissões, saldo positivo de 5.187 postos de trabalhos e superior a 2007.
Mineração é o setor que mais gera empregos
A indústria extrativa mineral foi o setor econômico que mais gerou empregos formais no Estado do Pará no mês de março. O segmento cresceu 1,94% em relação a fevereiro deste ano, apresentando saldo positivo de 181 postos de trabalho. O desempenho reflete o bom momento das empresas de mineração, com investimentos em alta e novos projetos em implantação. Em março, na região Norte foram feitas 468 admissões contra 240 desligamentos gerando saldo positivo de 228 postos de trabalhos e crescimento de 1,71%. A análise sobre o emprego formal no Estado foi feita pelo Dieese-PA com base em informações do Ministério do Trabalho (Caged).
O Dieese-PA também analisou o comportamento do emprego formal, nos demais estados da região Norte. As análises mostram que maioria dos estados apresentou crescimento nos níveis de emprego. O melhor desempenho no mês em termos relativos foi alcançado pelo estado do Amapá com um crescimento de 3,99% e um saldo positivo de 28 postos de trabalho, seguido pelo Pará com um crescimento de 1,94% e um saldo positivo de 181 postos de trabalho. No Estado do Tocantins o setor apresentou um crescimento de 0,93% e um saldo positivo de nove postos de trabalhos, enquanto no Amazonas, o segmento cresceu 0,73%, com saldo positivo de 10 postos de trabalho.
O Balanço efetuado pelo Dieese no primeiro trimestre de 2008 mostra saldo positivo de emprego formal no setor mineral. No período, o setor realizou 751 admissões e 320 desligamentos em todo o Pará, gerando um saldo positivo de 431 postos de trabalhos. Este saldo positivo é um pouco menor do que o saldo obtido no mesmo período do ano passado quando foi registrado crescimento de 8% e saldo positivo de 591postos de trabalho.
Na região Norte a pesquisa do Dieese-PA mostra que a maioria dos estados apresentou saldo negativo de emprego no primeiro trimestre deste ano. Dos estados que apresentaram resultados positivos o melhor desempenho, em termos percentuais, ficou com o Tocantins com um crescimento de 6,33% no emprego formal e geração de 58 postos de trabalho, seguido pelo estado do Pará com um crescimento de 4,76% e a geração de 431 postos de trabalho e pelo estado do Amazonas com um crescimento de 1,47% e a geração de 20 postos de trabalho. O pior desempenho verificado no período foi registrado pelo estado de Roraima, com um decréscimo de 12,5% e a perda de dois postos de trabalho.
No 1º trimestre de 2008 foram feitas em todo o Norte 1.132 admissões contra 662 desligamentos no setor extrativo mineral, gerando um saldo positivo de 470 postos de trabalhos e um crescimento de 3,58% no emprego formal.
A pesquisa também aponta que, entre os setores econômicos do Pará, o extrativo foi o que apresentou o segundo melhor desempenho na criação de postos de trabalho formais nos últimos 12 meses, com crescimento de 12,36%. No período, foram feitas 2.380 contratações contra 1.393 desligamentos, gerando um saldo positivo de 987 postos de trabalhos no setor mineral.
REGIÃO NORTE
DESEMPENHO ACUMULADO NOS ÚLTIMOS 12 MESES
Acre – decréscimo de 26,42% e saldo negativo de 14 postos de trabalhos
Roraima – decréscimo de 6,06% e saldo negativo de dois postos de trabalhos
Amazonas – decréscimo de 0,52% e um saldo negativo de seis postos de trabalhos
Amapá – crescimento de 5,39% e um saldo positivo de 56 postos de trabalhos
Tocantins – crescimento de 10,03% e um saldo positivo de 63 postos de trabalhos
Pará – crescimento de 12,36% e um saldo positivo de 987 postos de trabalhos
Rondônia – crescimento de 20,23% e um saldo positivo de 139 postos de trabalhos
O Liberal – PA