Tata Steel nega elevar oferta de compra da Corus e abre caminho à CSN
24/11/06
A siderúrgica indiana Tata Steel negou nesta sexta-feira os rumores de que tenha planos de aumentar sua oferta de compra da Corus, o que pode favorecer a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), que também disputa a empresa.
A oferta da CSN provocou especulações no mercado. O diário financeiro “The Economic Times” informou em reportagem de hoje que a diretoria da Tata se reuniu ontem para discutir a estratégia a ser adotada agora que a CSN entrou no páreo.
Segundo a reportagem, os diretores da Tata discutiram o limite a que a empresa iria na elevação de sua oferta no caso de uma batalha com a CSN pela Corus. Ainda que não haja uma indicação de preços, o limite da oferta poderia chegar a 5,10 libras por ação, diz o texto.
“A Tata Steel não tomou nenhuma decisão, tal como foi especulado na mídia, em sua reunião de diretores”, disse a empresa em um comunicado, divulgado pelo diário financeiro “Business Standard”. “A Tata não fará nenhum outro comentário sobre a questão e todos os comentários na mídia continuam a ser especulações.”
Na semana passada, a CSN apresentou uma oferta de 4,75 libras (cerca de US$ 9) por ação da Corus –o preço da aquisição poderá chegar a US$ 8 bilhões. A Tata, por sua vez, fez uma oferta de 4,55 libras por ação, que pode levar a oferta a US$ 7,7 bilhões.
O preço oferecido pela CSN, no entanto, é apenas uma referência, segundo a empresa –ainda será realizada uma “due dilligence” (auditoria) sobre a Corus e a oferta pode, inclusive, ser retirada.
O diretor de relações com investidores da CSN, José Marcos Treiger, disse ontem, segundo a reportagem do “Business Standard”, que, embora a empresa respeite a Tata Steel, “a CSN está mais bem preparada para a Corus”. “Estamos prontos para crescer internacionalmente porque precisamos complementar nosso mercado doméstico”, afirmou.
Os órgãos reguladores de mercado e concorrência da União Européia estabeleceram ontem um prazo até 3 de janeiro para decidir sobre a oferta da Tata à Corus.
Segundo a CSN, uma fusão com a Corus poderia criar um dos cinco maiores grupos siderúrgicos do mundo, com faturamento anual de US$ 25 bilhões.
O negócio seria também o segundo maior da siderurgia mundial neste ano, atrás apenas da fusão entre a Mittal e a européia Arcelor, que criou a maior empresa do setor.
Folha de São Paulo