Siderúrgicas anunciam aumento no preço do aço para montadoras
08/04/10
O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Jackson Schneider, disse hoje que as siderúrgicas já anunciaram às montadoras aumento no preço do aço, na esteira de reajustes próximos a 100% no minério de ferro, um dos insumos mais importantes da cadeia.
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Segundo ele, o impacto no custo de produção de carros dependerá das condições de negociação e das estratégias de produção de cada montadora. Ele lembrou que a negociação se dá de forma individual.
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O executivo, no entanto, não informou qual aumento foi sinalizado pelas siderúrgicas. “Pode haver um impacto importante no custo de produção”, afirmou Schneider durante entrevista coletiva à imprensa. Ele acrescentou que alguns aumentos de preços de produtos siderúrgicos já chegaram aos fornecedores de autopeças.
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As declarações foram dadas durante da apresentação dos resultados da indústria automobilística em março, quando as vendas alcançaram a marca recorde de 353,7 mil unidades.
De acordo com o presidente da Anfavea, com o fim do IPI reduzido no mês passado, a tendência é de uma acomodação nos volumes comercializados durante abril e maio, com uma retomada aguardada para junho.
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Com a forte demanda registrada no mês passado, os estoques de veículos na indústria e concessionárias recuaram para um giro de 18 dias de venda, bem abaixo dos 35 dias registrados em fevereiro. A expectativa agora é de uma recomposição dos estoques, que voltarão paulatinamente ao patamar de 26 a 27 dias, como assinalou Schneider.
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Mendonça de Barros destaca técnicas como o sistema de plantio direto, que permite o uso quase contínuo dos solos e a obtenção de até três safras por ano ao cobri-los com a palha da colheita anterior. A integração da agricultura com a pecuária e com o reflorestamento também configura soluções tão revolucionárias quanto tipicamente nacionais. A ênfase no agronegócio, garante o economista, pode impulsionar o País em outros setores.
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Não são poucas as áreas de pesquisa promissoras para o Brasil a partir da economia do campo. O diretor-geral da Votorantim Industrial, Raul Calfat, prevê para breve o desenvolvimento de uma nova geração de biocombustíveis produzidos a partir dos cavacos de madeira. Se o prognóstico se confirmar, significará uma oportunidade ímpar de agregar valor ao resíduo da produção de celulose da Fibria, líder mundial no setor, controlada pelo Grupo Votorantim. ?Plantamos florestas em uma área de 1,2 milhão de hectares, maior do que a Bélgica?, disse o executivo.
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?Boa parte da inovação tecnológica não está na indústria, mas nos serviços. A tecnologia da informação, em especial, permite desverticalizar parte da cadeia de serviços que integra o agronegócio?, explica Mendonça de Barros. ?Há variedades de cana-de-açúcar que ainda não estão no campo, mas são capazes de aumentar em 40% a produtividade. A biotecnologia, por exemplo, está na fronteira da tecnologia mundial.?
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A necessidade de aumento de produtividade, no caso da agricultura, é reforçada por uma realidade histórica: em que pese o aumento da demanda por alimentos, nos últimos 30 anos os preços caíram 5% ao ano, em média, de acordo com dados da Fipe. ?Só a tecnologia e a pesquisa vão permitir que continuemos a fazer mais do mesmo, com mais eficiência?, diz o presidente da Associação Brasileira da Indústria Exportadora e Produtora de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto. ?Esse é o debate que importa.?
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A aproximação entre a produção de commodities e os processos industriais, segundo o professor de economia da Unicamp e consultor editorial de CartaCapital Luiz Gonzaga Belluzzo, suprimiu as fronteiras entre as duas atividades. ?O setor primário ficou mais secundário, enquanto a Ásia suprimiu a divisão internacional do trabalho. Hoje, o Brasil não pode prescindir da indústria que já criou nem abandonar uma vantagem natural que se tornou dinâmica?, afirma o economista. ?Precisamos nos concentrar em resolver entraves, como as deficiências de infraestrutura e a falta de financiamento de longo prazo, o que exige reformas e protagonismo do governo e do setor privado.?
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A maior evidência de que os produtos básicos não são entraves, mas sim alavancas para o desenvolvimento, é o desempenho de países como Estados Unidos, Canadá, Austrália e Noruega. De acordo com o consultor Cláudio Frischtak, da Inter.B, trata-se de casos de sucesso de quem soube estruturar um setor industrial em torno de uma base de recursos naturais. ?Ao mesmo tempo, esses países foram precursores também nos investimentos em educação, com índices elevados de alfabetização no início do século XX. Essa é a maior prova de que o desenvolvimento não é automático?, conclui.
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G1