Programa Siderurgia Sustentável permite que o carvão vegetal seja o principal combustível de grandes siderúrgicas
20/05/21
A parceria do Projeto Siderurgia Sustentável está contribuindo para revolucionar o uso do carvão vegetal em grandes siderúrgicas que investem em novas tecnologias para usar esse combustível menos poluente em suas usinas. A Vallourec, por exemplo, pioneira mundial no uso de carvão vegetal, utiliza 100% de carvão vegetal como fonte energética no tratamento térmico das pelotas.
Para alcançar esse resultado a Vallourec investiu em tecnologia e adaptou equipamentos construídos para o uso de carvão mineral, processo de queima, controle de processos de produção de pelotas, procedimentos de operação e manutenção. O apoio do Projeto Siderurgia Sustentável foi essencial para a substituição definitiva do carvão mineral para o carvão vegetal. O projeto é executado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD e com coordenação técnica do Ministério do Meio Ambiente.
A Vallourec construiu um conjunto de equipamentos adequados ao carvão vegetal e know-how de processos e procedimentos de operação e manutenção adequados para continuidade da operação com carvão vegetal.
O trabalho da siderúrgica foi reconhecido em 2020 ao receber o Prêmio PMI-MG(Project Management Institute) de Melhor Projeto de 2020 com a tecnologia de pelotização desenvolvida utilizando carvão vegetal.
A siderúrgica construiu uma nova instalação adaptada para o uso do carvão vegetal, que demonstrou excelente atratividade nos estudos de viabilidade. O benefício ambiental também foi significativo com uma grande redução de emissões de gases de efeito estufa e que também contou com o apoio do PNUD. A empresa se comprometeu a reduzir a emissão de sete mil toneladas de CO2 em dois anos. “Com as inovações tecnológicas, as grandes siderúrgicas estão elevando o uso do carvão vegetal a outro patamar. Além de garantir alta produtividade, estamos evitando a emissão de gases de efeito estufa”, comemora a especialista do PNUD, Cláudia Camara.
Investimento em tecnologia
A ArcelorMittal BioFlorestas também investe em pesquisas e nova tecnologias para otimizar e viabilizar um carvão vegetal melhor qualidade e maior aproveitamento nos altos fornos em Juiz de Fora. Nas últimas décadas, as pesquisas focaram principalmente em concentração de carbono fixo, rendimento gravimétrico, resistência, materiais construtivos, emissões atmosféricas, aproveitamento de coprodutos, usos alternativos de carvão e dos subprodutos na indústria. O resultado foi um ganho em eficiência de cerca de 19% em sete anos, reduzindo desperdícios e melhorando a eficiência de processos, com aumento em rendimento gravimétrico médio (que mede a conversão da madeira em carvão) de 30% (2014) para 34% atualmente.
Em 2018, a ArcelorMittal, por meio da Açolab (hub de inovação da empresa) lançou o Desafio Carvão Vegetal Sustentável: uma chamada pública a startups para seleção de projetos inovadores de otimização dos finos de carvão vegetal, coproduto do processo produtivo da empresa. Foram recebidas mais de 50 inscrições de empresas de todo o país. Oito startups tiveram suas ideias para reaproveitamento dos finos de carvão aprovadas, com ações propostas em toda a cadeia do produto, das unidades da BioFlorestas até o destino final na usina de Juiz de Fora. Os projetos foram executados em 2019 visando a medição do volume produzido de finos e o desenvolvimento de coprodutos com maior valor agregado. A empresa também é parceira do Programa Siderurgia Sustentável do PNUD.
A ArcelorMittal BioFlorestas é a empresa da ArcelorMittal Brasil produtora de carvão vegetal a partir de florestas renováveis de eucalipto. Possui uma área de 100 mil hectares de florestas plantadas de eucalipto e 40 mil hectares de preservação permanente e reserva legal. A unidade é referência na adoção de modelos de gestão sustentável, focados na responsabilidade socioambiental. A empresa é signatária do Protocolo de Sustentabilidade do Carvão Vegetal, coordenado e conduzido pelo Instituto Aço Brasil e busca a autossuficiência na produção do carvão vegetal.
Projeto Siderurgia Sustentável
O Projeto Siderurgia Sustentável foi criado para incentivar a redução das emissões de gases de efeito estufa na siderurgia brasileira. A iniciativa é implementada pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) com coordenação técnica do Ministério do Meio Ambiente, tendo ainda apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), do Ministério da Economia (ME) e do Governo de Minas Gerais. Os recursos do Projeto são do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF).
Para atingir seu objetivo, o Projeto busca o desenvolvimento e a demonstração de tecnologias e processos sustentáveis para a produção e o uso de carvão vegetal na indústria de aço, ferro- gusa e ferroligas. O carvão vegetal, além de ser utilizado como agente termorredutor por 20% das siderúrgicas, possibilita o aproveitamento de coprodutos, como o bio-óleo, reduz a geração de resíduos, cria empregos e diversifica a produção no setor rural. O projeto será concluído em 2021.
Como parte da Agenda 2030 das Nações Unidas, suas atividades se alinham aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Os resultados contribuirão de maneira efetiva para o ODS 7 – Energia Limpa e Acessível; ODS 8 – Trabalho Decente e Crescimento Econômico; ODS 9 – Indústria, Inovação e Infraestrutura; ODS 12 – Consumo e Produção Sustentáveis; e ODS 13 – Ação contra a Mudança do Clima.