Setor mineral ganha aliado para atração de investimentos no estado
25/07/07
Geólogos e empresários mato-grossenses tiveram a oportunidade de conhecer na tarde desta terça-feira (24.07) as primeiras informações técnicas do Levantamento Aerogeofísico de Mato Grosso- Área I, realizado pelo Governo do Estado em parceria com o Serviço Geológico do Brasil (CPRM). Para o governador Blairo Maggi, o Levantamento Aerogeofísico de Mato Grosso pôde identificar as anomalias minerais existentes e fornecer informações precisas de uma área de 46 mil km², numa profundidade de até 19 km. ?Esse Projeto tem um caráter estruturante para o desenvolvimento do setor mineral mato-grossense. Temos certeza de que o resultado do Levantamento Aerogeofísico de Mato Grosso atrairá grandes investimentos em pesquisas e posteriormente em projetos de exploração mineral?, afirma o Governador. O levantamento facilitará a pesquisa de distritos auríferos, mineralizações de metais não-ferrosos, corpos kimberlíticos com mineralização primária de diamantes e rochas carbonatíticas para permitir ao estado se tornar auto-suficiente na produção de fosfato para uso agrícola. ?A mineração é importante para que Mato Grosso tenha a sustentabilidade de sua economia. Com a substituição de importações, Mato Grosso poderá ser auto-suficiente em matérias-primas para seu processo produtivo?, diz Maggi. Segundo o secretário de Indústria, Comércio, Minas e Energia (Sicme), Alexandre Furlan, por meio do Levantamento Aerogeofísico já puderam ser detectadas em Mato Grosso ocorrências de fosfato, níquel, diamante, zinco e ouro. Para a realização desse levantamento, foi utilizada tecnologia digital de última geração. A geofísica aérea é considerada uma ferramenta eficaz e econômica na descoberta de jazidas minerais, além de ser um método eficaz para o levantamento de regiões de difícil acesso e de densa cobertura de solos e vegetação. ?A geofísica aérea permite cobrir grandes áreas em curtos períodos de tempo, a custos relativamente baixos?, afirma Alexandre Furlan. O Levantamento Aerogeofísico de Mato Grosso foi realizado em duas etapas, sendo que a primeira apresenta o levantamento da Área I com 46 mil Km2 (correspondente à região dos municípios de Paranatinga, Planalto da Serra, Nova Mutum, Nobres, Rosário Oeste, Chapada dos Guimarães), e a segunda etapa que corresponde à Área II (região dos municípios de Alto Paraguai, Tangará da Serra e Barra do Bugres, Mirassol d´Oeste, Porto Esperidião, Jauru, Pontes e Lacerda, Sapezal, Nova Lacerda, entre outros) totalizando 125 mil Km2. As áreas selecionadas para realizar o levantamento foram escolhidas de acordo com potencial mineral, o interesse geológico e a inexistência de levantamentos aerogeofísicos na região. METODOLOGIA O Levantamento Aerogeofísico utiliza os métodos de magnetometria e gamaespectrometria para realizar a coleta dos dados aerogeofísicos. A magnetometria permite detectar e determinar o posicionamento de corpos e estruturas magneticamente diferenciáveis, tanto rasas quanto profundas, visando um melhor entendimento da natureza geológica e da feição tectônica da região. Assim, esse método permite delimitar as principais estruturas e litotipos condicionantes de mineralizações, possibilitando a seleção de áreas restritas com maior potencial mineral. A gamaespectrometria auxilia no mapeamento de litologias e estruturas superficiais, sobretudo aquelas de difícil visualização, correlacionando-as com as informações de subsuperfície. Em muitos casos propicia também indicações diretas de áreas mineralizadas, como ouro em zonas de alteração hidrotermal e jazidas de minerais radioativos. Os vôos que realizaram o Levantamento Aerogeofísico de Mato Grosso iniciaram em dezembro de 2006 a uma altura de 100 metros, em linha reta, com distância de 500m entre as linhas. Para realizar o Levantamento Aerogeofísico a CPRM contratou por meio de licitação uma empresa especializada, Fugro Geofísica Aérea e Terrestre, que manteve duas equipes, sendo uma sediada no Aeroporto Internacional Marechal Rondon e a outra em Primavera do Leste. Além desta equipe outros dois geofísicos atuaram no Projeto como fiscais da CPRM. PARCERIA SICME X CPRM Por meio da parceria entre SICME e CPRM foram produzidos o Mapa Geológico e de Recursos Minerais do Estado de Mato Grosso, na escala 1:1.000.000 e o Sistema de Informação Geoambiental de Cuiabá, Várzea Grande e Entorno e o Projeto Rochas Calcárias e Fosfatadas. Além destes, está em desenvolvimento o Mapeamento Geológico na escala 1:250.000 e Prospecção Geoquímica Regional, denominado Projeto Noroeste de Mato Grosso, que abrange uma área de 54.000 km2 englobando três folhas: Aripuanã, Tapaiúna e Juína. Ao todo, foram investidos nos últimos quatro anos cerca de R$ 15,6 milhões em projetos de infra-estrutura geológica básica, que serão de grande valia para a atração de grandes investimentos no setor mineral mato-grossense. INFORMAÇÕES ESTRATÉGICAS O conteúdo da Área I do Levantamento Aerogeofísico será divulgado pelo Governo do Estado durante a cerimônia de lançamento. A Área II deverá ser apresenta à sociedade até dezembro deste ano. As informações desse Projeto serão comercializadas pelo Serviço Geológico do Brasil, e o recurso arrecadado será reinvestido em novos levantamentos aerogeofísicos no Estado. As informações poderão ser adquiridas a partir do dia 24 de julho, após a cerimônia de lançamento do Projeto. Essas informações serão vendidas ao preço de R$ 2 por km² ou quilômetro linear, dependendo do arquivo solicitado. Mais informações: www.cprm.gov.br ou www.sicme.mt.gov.br.
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