Setor mineral discute rumos para crescimento
11/12/06
Uma participação de 25% na balança comercial brasileira confirma: a mineração é um segmento que tem grande importância na economia nacional. No Pará, o setor também apresentou um grande salto nos últimos anos e já colocou o Estado na posição de grande minerador, em condições de competir com outro considerado “peso pesado” da mineração, o estado de Minas Gerais. Os dados do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) revelam a importância que o setor tem para a economia paraense, pois dos 4,8 bilhões de dólares exportados pelo Pará no ano passado, 3,8 bilhões foram da mineração.
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Como o setor não pode mais ser dissociado da economia paraense, o Pará deve estar atento na terça-feira (12), das 14h30 às 18h30, no hotel Blue Tree Park, em Brasília, para o Seminário “Indústria da mineração e Ibram: Perspectivas das próximas décadas”, que marca o início das comemorações dos 30 anos do Instituto Brasileiro de Mineração. O evento vai reunir os presidentes das duas maiores mineradoras do mundo, Roger Agnelli (Companhia Vale do Rio Doce) e Eleazar de Carvalho Filho (BHP Billinton Brasil). Estará em pauta a discussão sobre os rumos do setor para os próximos anos, principalmente no que diz respeito ao desenvolvimento sustentável.
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A preocupação com o crescimento da mineração tem razão de ser, pois o consumo de minério não pára de crescer. Os principais mercados são China, Estados Unidos, Alemanha e Japão, sendo que só a China foi responsável pelo consumo de 30% do ferro produzido no mundo em 2005 – a demanda chinesa hoje equivale a quatro Carajás. Com essa escala, a expectativa é de que o setor continue crescendo.
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Mas existem, de acordo com o Ibram, entraves que podem comprometer o desenvolvimento do setor, sendo que o principal deles é a lentidão nas concessões de licenciamento ambiental, situação que pode também prejudicar a competitividade do Pará no mercado. O presidente do Ibram, Paulo Camillo Penna, defende que a mineração coleciona casos de sucesso de atividade em terras indígenas, em regiões de fronteira, em áreas de proteção ambiental, conjugando produção com desenvolvimento local e preservação do meio ambiente. “Mas ninguém quer saber disso. Parece ser mais fácil vetar novos projetos e o crescimento do País que fique para segundo plano”.
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Na opinião de Paulo Camillo Penna, o presidente da República precisa aproveitar a recomposição da base de seu governo e promover mudanças para remover `entraves humanos`, além dos obstáculos burocráticos. `Sempre é preciso qualificar a gestão das questões que envolvem os reais interesses do país e, nesse sentido, o desenvolvimento sustentável tem papel fundamental`, avalia.
Amazônia Jornal