Setor de mineração se destaca em exportações para o Canadá no primeiro trimestre do ano
27/05/20
De acordo com a análise Quick Trade Facts, realizada pela Câmara de Comércio Brasil-Canadá (CCBC) com base no levantamento Comex Stat, do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, o setor de mineração segue como o de maior destaque quando o tema é exportações de produtos brasileiros para o Canadá. No primeiro trimestre de 2020, o setor ficou no topo do ranking de maiores valores exportados, com três ‘grupos de produtos’ nas três primeiras posições.
O maior destaque ficou para dois itens que pertencem à mesma categoria: o ‘bulhão dourado (ouro) em formas brutas para uso não monetário’ e ‘ouro em barras, fios e perfis de seção maciça’, que representam quase do 30% do share e o valor de US$340 milhões. “A venda desses produtos foi impulsionada, principalmente, pela incerteza econômica mundial, que tem levado as pessoas a investirem em ouro, buscando segurança monetária neste metal”, comenta Paulo de Castro Reis, diretor de relações institucionais da CCBC.
Na sequência, no ranking dos grupos de produtos com maior faturamento, aparecem a ‘alumina calcinada’, ‘outros silícios’ e ‘pentóxido de divanádio’, que apresentaram queda de 5% em comparação ao mesmo período de 2019, mas ainda representam 27% do share, com mais de US$257 milhões exportados ao Canadá no período. Entre os três produtos, destaca-se a ‘alumina calcinada’, cujas exportações cresceram 2% em relação a valor, atingindo quase US$252 milhões, e 36% em relação a volume (865.738 toneladas). Contudo, apresentaram queda de 25% no preço do quilo. “A alumina calcinada, ou óxido de alumínio, é o processo de refinamento da bauxita bruta, que depois é transformada em alumínio. Juntamente ao Canadá, o Brasil é um dos principais players globais na produção de alumínio”, conta Castro Reis.
Por fim, e em terceiro lugar no ranking, estão os produtos da categoria ‘Ferro fundido, ferro e aço’, que apresentaram crescimento de 244% em valor de exportação: ‘outros produtos semimanufaturados de ferro ou aço não ligado, de seção transversal retangular, que contenham, em peso, menos de 0,25 % de carbono’, que cresceu 390% em valor exportado, 563% em quilos exportados ao Canadá ainda que com queda no valor por quilo de 26%, o que pode ter inclusive incentivado o crescimento de vendas; ‘produtos semimanufaturados, de outras ligas de aços’, que também colaborou para o crescimento do grupo, pois apresentou aumento de 193% em valor, 243% em quilos e queda de 16% em relação ao preço do quilo; e ‘ferro-nióbio’, o terceiro produto mais relevante da categoria, com crescimento de 7% em valor, 8% em quilos e queda de 1% no preço do quilo.
O diretor de relações institucionais da CCBC conta que as expectativas para as relações bilaterais entre Brasil e Canadá no período pós-pandemia ainda são incertas, mas o setor de mineração não deve ser tão afetado, já que conseguiu manter a regularidade do transporte de produtos por via marítima. “O setor deve manter o crescimento. Mesmo com o impacto nas vendas a partir de abril, quando a pandemia se intensificou no mundo, acredito que a mineração permanecerá um setor representativo nas relações comerciais entre os dois países”, aposta Castro Reis.