26/06/08

Cristiana AndradeDO ESTADO DE MINAS
A região mineira que concentra 80% da produção de ardósia no estado e registra graves problemas ambientais de destinação dos resíduos gerados pelo beneficiamento da pedra, usada como ornamentação, recebe amanhã um grupo do Sistema Estadual do Meio Ambiente (Sisema), representantes do Ministério Público Estadual, do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), entre outros. Desta vez, a visita a Papagaios, a 151 quilômetros de Belo Horizonte, na Região Central do estado, não é uma ação de fiscalização, mas a promoção de um seminário com o objetivo de aproximar os empreendedores e pequenos serralheiros que beneficiam as pedras, do governo e, principalmente, da legislação ambiental. O Sisema apresentará também um plano de ação para a sustentabilidade do setor de rochas ornamentais para a região. Em sua fase inicial terá como norte a identificação das pendências no processo de licenciamento, para tentar resolvê-las o quanto antes. O seminário `Mineração de ardósia em Papagaios e região – o desafio da sustentabilidade` ocorrerá paralelamente à 4ª Feira Internacional de Ardósia, realizada no município.ORDENAMENTO. Há na cidade 30 empresas que extraem a ardósia e cerca de 50 beneficiadores, a maioria pequenos serralheiros e poucos com licença ambiental. O resultado é retalho de pedra por toda a cidade, inclusive nas ruas, e na beira de córregos. Segundo o gerente de Desenvolvimento e Apoio às Atividades Minerárias (Gedam) da Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam), Caio Márcio Rocha, o setor é importante para o estado, inclusive porque há várias empresas que são exportadoras, mas é necessário que haja um melhor ordenamento do processo produtivo local.`Muitas extraem e beneficiam o produto, mas outras não. E o beneficiamento feito dentro da cidade precisa se organizar melhor`, diz. Além do MP, DNPM e BDMG (que vai apresentar projetos de financiamento para pequenas e médias mineradoras), um pesquisador do Centro Tecnológico de Minas Gerais (Cetec) estará presente para falar sobre o aproveitamento de resíduos na mineração.SUSTENTABILIDADE. `Além de nos aproximarmos do empreendedor, vamos propor esse plano de sustentabilidade, na tentativa de darmos mais agilidade aos licenciamentos ambientais e cumprimento da legislação ambiental por parte dos empreendedores. Vamos verificar se há pendência com o Sisema, se há algum problema com os órgãos de fomento, como o DNPM e, principalmente, vamos tentar realocar as serrarias, que hoje estão na área urbana, para um distrito industrial criado para isso`, acrescenta Caio Rocha. Nos dias 1º e 2 de julho o Sisema realiza outro seminário sobre mineração, em São Tomé das Letras, com foco na extração de quartzito.

Jornal do Commércio Brasil – RJ