Sarkozy faz acordo nuclear com a Líbia e defende uso pacífico da energia
27/07/07
O presidente francês, Nicolas Sarkozy, firmou um acordo de cooperação nuclear com a Líbia e disse que o Ocidente deveria confiar no uso pacífico dessa tecnologia por parte dos países árabes, sob o risco de provocar uma guerra de civilizações. A França decidiu na quarta-feira ajudar a Líbia a desenvolver um reator nuclear que permitirá a dessalinização da água do mar, tornando-a potável. O reator pode ser fornecido pela empresa francesa de energia nuclear Areva. Sarkozy disse a jornalistas na Líbia que considerar que o mundo árabe “não é sensível o bastante para usar a energia nuclear civil” poderia, em longo prazo, provocar “uma guerra de civilizações”. “A energia nuclear é a energia do futuro”, disse ele. “Se não dermos a energia do futuro aos países do sul do Mediterrâneo, como eles vão se desenvolver E, se não se desenvolverem, como vamos combater o terrorismo e o fanatismo “.Muitos países do Oriente Médio, alguns deles preocupados com o programa nuclear do Irã, estão interessados em desenvolver a energia atômica. Claude Gueant, chefe de gabinete de Sarkozy, lembrou que a cooperação nuclear implica que “um país que respeita as regras internacionais pode obter energia nuclear civil”. Libertação O presidente francês, que ontem viajou ao Senegal, evitou vincular o acordo nuclear à libertação, nesta semana, de seis profissionais de saúde que passaram oito anos presos e foram condenados na Líbia pela acusação de terem contaminado crianças com o vírus HIV. O presidente francês ajudou a mediar o acordo entre Trípoli e a União Européia para a libertação das enfermeiras búlgaras e de um médico palestino. O caso representa um dos últimos obstáculos nas relações entre a Líbia e o Ocidente. “A única ligação que se pode fazer é que, se as enfermeiras não fosse libertadas, eu não teria vindo”, disse Sarkozy. A Areva, maior fabricante mundial de reatores nucleares, atende a todo o ciclo nuclear, da mineração ao tratamento de dejetos. A Líbia anunciou em fevereiro uma parceira com a Areva na exploração e mineração de urânio. Em dezembro do ano passado, vários países do golfo Pérsico e a Arábia Saudita anunciaram um projeto nuclear conjunto para fins pacíficos, principalmente a dessalinização da água marinha.
Agência Estado