Samarco tem produção recorde
16/03/07
BELO HORIZONTE, 16 de março de 2007 – A Samarco Mineração – controlada pela BHP Billiton e Companhia Vale do Rio Doce-, cada uma com 50% de participação, apresentou em 2006 os melhores resultados de produção e vendas desde o início de suas atividades, há 30 anos. O volume total das vendas no ano passado – pelotas e finos – foi de 15,9 milhões de toneladas, 3,1% maior do que em 2005, sendo que desse número, 14,1 milhões de toneladas são apenas de pelotas. Já a produção de 2006, chegou a 15,3 milhões, ante os 14,9 milhões no ano anterior.
Segundo o diretor comercial da Samarco, Roberto Carvalho, nos últimos três anos a mineradora está trabalhando com números de produção e vendas muito próximos. Carvalho explica que essa proximidade dos resultados acontece pelo fato de estar operando no máximo de sua capacidade. “Trabalhamos no limite. Vendemos tudo que produzimos e estamos terminando o ano sem sobrar quase nada no estoque.”
O aquecimento do mercado siderúrgico mundial na última década, que apenas em 2005 cresceu 8,4%, foi a principal causa para que a Samarco chegasse ao recorde de venda e produção. De acordo com Carvalho, não apenas a China, mas o mundo todo ajudou a impulsionar esse crescimento. Ele cita regiões como a Índia, o Oriente Médio, a Europa e os Estados Unidos, como produtores potenciais de aço. “E como a Samarco atua em todos esses mercados, ela tem que tirar proveito disso”, acredita o diretor, que salienta que os investimentos na manutenção da excelência operacional da empresa, também contribuíram para esse aumento.
Demanda chinesa
Dentre as regiões em que a Samarco comercializa seus produtos, a China é o local que mais compra. O país no ano passado foi responsável por 28% das vendas da mineradora, seguido da Europa, do resto da Ásia – sem a China – e do eixo África/Oriente Médio, que compraram, 21% (cada um deles) dos produtos da empresa. Por último, ficou a região das Américas, para onde foram destinadas 9% das vendas da Samarco em 2006.
Ampliação de capacidade
De acordo com Carvalho, para conseguir atender a demanda do mercado, a Samarco trabalha no Projeto Terceira Pelotização, que ampliará a capacidade de produção da empresa em 54%. “A intenção é quando estiver pronto, produzirmos 21,6 milhões de toneladas”, afirmou ele. O projeto, que no seu total custará US$ 1,2 bilhão, contempla duas usinas – uma de beneficiamento e outra de pelotização – e um mineroduto de 396 km que ligará a cidade de Mariana em Minas Gerais, a Anchieta no Espírito do Santo. O projeto desde 2005 está em fase de obras e será concluído em 2008.
Mas apesar do recorde das vendas e produção, a Samarco apresentou impacto negativo em suas receitas se comparado com o ano anterior. Em 2006, o faturamento foi 2,8% inferior ao de 2005: R$ 2,54 bilhões, ante os R$ 2,62 bilhões. O lucro líquido da companhia atingiu R$ 986,7 milhões, representando queda de 19,1% em relação ao resultado de 2005 (R$1,22 bilhão). Segundo Carvalho, o principal impacto que contribuiu para essa diminuição foi a redução do preço de pelota, carro chefe da empresa, que caiu cerca de 3%. “Teve também o aumento de preços de algumas matérias-primas, como o minério de ferro e de insumos, como energia e o óleo combustível”, lamentou.
A forte depreciação do dólar no ano passado atrapalhou a receita em reais, com impacto negativo de 8,4%. Além disso, um outro fator que também contribuiu para diminuir a receita da empresa foi a taxa cambial. Segundo Roberto Carvalho, a forte depreciação do dólar em 2006 (8,4%) impactou negativamente as receitas da empresa em reais. “Essa queda expressiva da moeda americana em frente ao real contribui para que nosso resultado, comparado com o ano anterior, fosse menor” explicou . No ano passado, a Samarco contribuiu para as contas externas do país gerando divisas líquidas no valor de US$ 1 bilhão, 8, 5% acima dos US$ 929, 7 milhões em 2005. (Téo Scalioni – Gazeta Mercantil)
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