Ron Popper: Respeito aos direitos humanos é essencial para continuidade dos negócios
23/11/21
O respeito aos Direitos Humanos é condicionante para o futuro dos negócios do setor mineral, entre outros segmentos empresariais. Organizações que não estabelecerem a adequada gestão desse tema em seu dia a dia corporativo tendem a perder espaço nos mercados, inclusive, nas relações comerciais com outros países e continentes que adotem boas práticas internacionais nesse sentido. O alerta é de Ron Popper, CEO da Global Business Initiative on Human Rights. Ele participou da primeira parte da programação do seminário online ESG Mineração do Brasil, nesta 3ª feira (23/11), e apresentou palestra sobre o tema “Direitos Humanos e o “S” do ESG”.
Segundo ele, as empresas devem, primeiramente, assumir publicamente o compromisso de respeitar os direitos humanos; promover diligências para mitigar riscos de desrespeito a esses direitos das pessoas; criar canais de reclamação e dar acesso às vítimas às possíveis soluções adotadas. “As empresas têm que estruturar um efetivo sistema de gestão para tratar desses problemas. Devem comunicar publicamente sua gestão dos direitos humanos e como lidam com riscos e danos”, disse.
Ron Popper ressaltou que países e comunidades de nações, como EUA e União Europeia, tendem a aumentar o grau de exigências em relação ao respeito aos direitos humanos nas organizações, inclusive, promovendo diligências nas cadeias de fornecedores, o que envolverá também o setor mineral, afirmou. Serão “diligências obrigatórias sobre o ambiente corporativo e o respeito aos direitos humanos na sua cadeia de valores para reportar qualquer impacto que possa estar relacionado. Isso impactará o setor de mineração”, completou.
Em seguida à fala de Ron Popper, ele e representantes de mineradoras participaram de uma mesa-redonda sobre o tema “Direitos Humanos no Setor Mineral”. Este debate foi mediado por Camila Valverde, da organização Pacto Global.
Ivan Simões, diretor de Assuntos Corporativos e Impacto Sustentável Anglo American Brasil, ressaltou que o “propósito da Anglo American é reimaginar a mineração para melhorar a vida das pessoas. Mas sem o respeito aos direitos humanos, isso é impossível. Respeitar os direitos humanos está no cerne da empresa”, afirmou.
Liesel Filgueiras Gerente DHs e sustentabilidade da mineradora Vale, reconheceu que a política corporativa de respeito aos direitos humanos, com todos os princípios orientadores, é crucial para a organização.
Ela destacou que a companhia “avançou muito em capacitação das pessoas. É um ponto estratégico. As pessoas devem treinar esse olhar para os direitos humanos; a linguagem de direitos humanos é diferente. É preciso adaptar esta linguagem para a lógica do negócio. Para as pessoas entenderem que não se trata de filantropia ou de responsabilidade social. É não gerar danos às pessoas, é respeitar os empregados, terceiros, as comunidades, fornecedores etc.”, disse, acrescentando que o respeito aos direitos humanos “têm que estar na essência de atuação da empresa; não é só uma ‘coisa a mais’”.
Já Fádwa Andrade, Gerente sênior de CSR e HR da mineradora Hydro, enfatizou ações da companhia na sensibilização e na abertura de canais de diálogos com as comunidades próximas ás áreas de operação, inclusive, comunidades tradicionais. “A sensibilização para a questão dos direitos humanos e depois o diálogo para construir confiança são essenciais. Temos aberto muitas portas com essas comunidades tradicionais. Buscamos trazê-las para o diálogo. O papel da empresa é reconhece-las”, disse. Ela ressaltou ainda que a empresa deve estar atenta à forma como suas ações estão sendo percebidas pelas pessoas. É necessário conhecer a percepção desses públicos para saber se estão compreendendo e apoiando as ações desenvolvidas, disse.
O seminário online ESG – Mineração do Brasil, organizado pelo (IBRAM) em parceria com a Falconi Consultoria, segue até o final desta 4ª feira (24/11).
continuará nesta 4ª feira, 24/11. Faça sua inscrição gratuita clicando aqui.
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