Rio Tinto e Anglo American devem deixar Palabora
06/09/11
As mineradoras Rio Tinto e Anglo American pretendem vender suas participações na maior produtora de cobre da África do Sul, cuja mina Palabora aproxima-se do esgotamento.
Acionista controladora da Palabora Mining Co., com participação de 58%, a Rio Tinto informou estar “confiante de que haverá vários compradores interessados”, mas não identificou nomes. O valor combinado de sua participação com os 17% da Anglo American somava 5,15 bilhões de rands (US$ 723 milhões) na Bolsa de Valores de Johannesburgo, na sexta-feira.
O analista Peter Davey, especialista em mineração no Standard Bank, disse que a Glencore e a Eurasian Natural Resources Corp., multinacionais com ações listadas em Londres que vêm expandindo sua produção de cobre na África, poderiam ter interesse. “A atração para eles poderia ser o forno de fundição de cobre”, disse Davey, referindo-se às instalações de processamento da mina.
A Palabora, que fornece a maior parte do cobre da África do Sul, é explorada desde os anos 60 e a mineração subterrânea deve parar em 2016, segundo a Rio Tinto, embora a empresa tenha feito estudos para estender a “vida” da mina até a 2030.
A Rio Tinto não é mais a empresa com maiores vantagens naturais para ser a dona “da Palabora, já que a oportunidade para expandir significativamente a mineração de cobre é limitada”, disse o chefe da divisão de cobre da Rio Tinto, Andrew Harding.
A parte da produção da Palabora que coube á Rio Tinto em 2010 foi de 43 mil toneladas, 6% do total da produção de cobre da mineradora. As receitas da empresa com a mina subiram de US$ 635 milhões, em 2009, para US$ 837 milhões, em 2010, impulsionadas pela alta do preço do cobre, embora as reservas de minério de cobre venham recuando há vários anos.
O plano de venda chega em um momento em que a Rio Tinto redireciona suas operações de cobre para a Mongólia. A mineradora investe bilhões de dólares na construção da mina Oyu Tolgoi e atualmente possui 48,5% da Ivanhoe Mines, dona da Oyu Tolgoi e cujas ações são negociadas em Toronto.
A Rio Tinto e a Anglo American informaram que o valor da mina para o futuro está ligado à magnetita, tipo de minério de ferro que a Palabora explora atualmente como subproduto e exporta para a China.
Nos últimos anos, a mineradora de diamantes De Beers vendeu várias minas sul-africanas que estão ficando envelhecidas para empresas menores do setor. Davey disse que a Rio Tinto e a Anglo American “vêm buscando uma estratégia de saída há cinco anos ou mais”.
O governo sul-africano ainda não converteu a antiga licença de mineração da Palabora em novos direitos de exploração, segundo o balanço financeiro mais recente da empresa.
Valor Econômico