Reunião decide destino de fusão da CSN nos EUA
17/11/06
Acionistas da Wheeling-Pittsburgh decidem hoje se mantêm a atual diretoria, favorável ao negócio, ou a trocam por opositores à fusão
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AP
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Os acionistas da siderúrgica americana Wheeling-Pittsburgh decidem hoje se haverá mudanças na direção da companhia. A decisão é fundamental para os planos da CSN, que tenta uma fusão com a empresa nos EUA. A manutenção da atual diretoria significa que a empresa brasileira tem grande chance de ver o acordo aprovado. Mas uma vitória dos opositores significaria que a fusão tem poucas chances de passar.
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Numa iniciativa de última hora destinada a convencer os acionistas a apoiar a fusão, a Wheeling-Pittsburgh advertiu que uma mudança no controle da empresa poderia motivar uma inadimplência sobre US$ 390 milhões em empréstimos.
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Mas a Esmark Inc., a distribuidora de aço de Illinois por trás de uma tentativa de aquisição hostil, rejeitou o anúncio como uma `manobra desesperada para assustar os investidores` e afirmou que já consultou o maior credor.
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A Wheeling-Pittsburgh divulgou um comunicado de um parágrafo na noite de quarta-feira advertindo que a substituição da maioria dos diretores `constitui efetivamente uma mudança de controle` sob os termos de um acordo de empréstimo de US$ 250 milhões e um crédito rotativo de US$ 225 milhões.
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“Se ocorrer uma inadimplência”, disse o comunicado, “tais obrigações se tornarão imediatamente exigíveis”. James Kosowski, porta-voz da Wheeling, negou que a declaração seja uma manobra estratégica. “Não é uma tática, de modo algum. Isto é claramente um problema concreto”, disse ele, acrescentando que o assunto pode ter se perdido no meio do que chamou de `avalanche de informações` sobre as ofertas concorrentes.
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“Essa questão sempre esteve no domínio público”, disse Kosowski. “Optamos francamente por nos concentrar nos méritos do acordo com a CSN para nossos acionistas e no valor estratégico desse acordo”. No entanto, a Wheeling decidiu recentemente que precisava divulgar a questão para alguns de seus acionistas, disse.
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O executivo-chefe da Esmark, James Bouchard, disse que conversou com o principal credor da Wheeling-Pittsburgh e não prevê “nenhum problema”. “Ele (o credor) nos disse que dará as boas-vindas à mudança na administração e na diretoria”, afirmou.
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A siderúrgica chegou perto da inadimplência várias vezes, mas seus bancos sempre emitiram as dispensas necessárias para evitá-la, disse Bouchard.
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Nesta semana, a CSN reformulou sua oferta pela empresa, concordando em contribuir com mais dinheiro e aceitar o controle minoritário se não conseguir debelar a feroz oposição do sindicato Metalúrgicos Unidos (USW, na sigla em inglês).
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Uma firma independente de consultoria de investimentos afirmou que a nova oferta da CSN “apresenta aos acionistas uma alternativa melhor”, mas continuou a endossar os diretores da Esmark. A Institutional Shareholder Services disse que continua preocupada com a indisposição do USW de trabalhar com a CSN.
O Estado de São Paulo