Resíduos: o barato pode sair caro a sua empresa
26/07/07
A gestão dos resíduos sólidos e líquidos tem sido, ao longo do tempo, um importante desafio para as empresas. A razão é simples: embora não seja, quantitativamente, a maior geradora, o setor de qualquer empresa gera resíduos problemáticos do ponto de vista de sua disposição ou tratamento. Em alguns casos, os resíduos representam uma “dor de cabeça” séria para os empresários, notadamente quando vão a conhecimento público casos de má disposição ou tratamento inadequado, com passivos ambientais que às vezes chegam a comprometer os números do balanço patrimonial. Um caso que aconteceu no passado, ocupou manchetes na imprensa diária, foi o do aterro Mantovani, em Paulínia, onde diversas empresas do setor químico colocaram resíduos no passado. A área, embora estivesse legalmente licenciada, não apresentava as condições necessárias para disposição de resíduos perigosos e houve comprometimento do meio ambiente local, o que gerou uma ação por parte do poder público. Como a lei reza que o gerador é responsável pelo resíduo enquanto o mesmo exista, as empresas que pagaram pela disposição terão que pagar novamente para remediar a área que foi comprometida. Ou seja, pagou-se duas vezes e mesmo assim o problema continua. O exemplo de Paulínia é importante para lembrar ao revendedor do cuidado que devem ter quando o assunto é resíduo. Este é um problema que requer gestão integrada, feita por especialistas, o que evidentemente custa dinheiro. Porém, é necessário que o empresário ou dirigente entenda, de uma vez por todas, que dinheiro despendido em cuidados ambientais não é gasto, mas investimento. Essa distinção é importante, porque se tal dispêndio for considerado simplesmente como gasto, a tendência de qualquer administrador é procurar minimizá-los, porque a lógica simplista indica que, quanto menos despesas o posto tenha, maior será o seu lucro. Assim, para que gastar muito com gestão de resíduos, por exemplo, se há quem dê um destino para os mesmos a um preço “camarada”? Infelizmente, não são poucas as empresas que ainda pensam assim. E isto tem tornado a questão dos resíduos industriais numa espécie de bomba-relógio, que um dia vai explodir. A problemática dos resíduos tem exigido uma atenção particular, por parte do poder público, porque se sabe que há muito resíduo sem tratamento ou disposto inadequadamente. Não há, infelizmente, um levantamento preciso dessa quantidade, mas estima-se que, de 2,9 milhões de toneladas geradas anualmente no Brasil, apenas 600 mil são tratadas ou dispostas adequadamente, Ou seja, há um imenso passivo a ser tratado. Por isto, as empresas e industrias precisam entender que a sociedade, e os poderes que a representam, estão cada vez mais atentos aos casos de poluição e as punições tendem a ser cada vez mais freqüente. E certamente o preço a ser pago por aqueles que burlaram a lei será alto, tanto em termos financeiros como de danos à imagem da empresa. PDSc Roberto Roche Consultor Ambiental robertoroche@robertoroche.com.br
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Inteligência em Gestão Logística – Intelog