Regional – Rio Tinto: estudos sobre exploração de bauxita na Calha Norte vai durar dois anos
30/04/08
Câmara Municipal de Monte Alegre realizou, na quinta-feira passada, uma sessão especial com a presença de dois representantes da Mineradora Rio Tinto. O objetivo foi esclarecer as possíveis instalações do projeto na região da Calha Norte, especialmente naquele município. A sessão atendeu o requerimento do presidente da Câmara, vereador Anselmo Picanço (PTB), e contou com a participação de empresários locais, líderes comunitários e da estadual deputada Josefina Carmo (PMDB).Os representantes da Rio Tinto no país, Marcos Diógenes e Ivanir explicaram que o projeto está em fase inicial. Disseram ainda que não sabem se a mineradora irá mesmo explorar a bauxita da Calha Norte. Marcos Diógenes destacou que os trabalhos da Rio Tinto na região estão resumidos na pesquisa inicial que foi paralisado em 2006 por causa da criação da Reserva Ecológica Grão Pará.Os trabalhos de pesquisa foram retomados no mês passado, mas somente em 15% da área total pretendida pela mineradora. Assegura que vai ser necessário mais dois anos para se ter um resultado concreto e saber se haverá ou não viabilidade para extrair o minério.Os dois representantes da Rio Tinto esclareceram que para a mineradora implantar o Projeto Curuá terá que obter resultados satisfatórios, como quantidade suficiente do produto (bauxita) além de conseguir as licenças ambientais favoráveis. “Se um desses requisitos não corresponder com o projeto, ele (o projeto) será extinto”, diz Diógenes.A deputada Josefina Carmo acredita que há necessidade urgente de se planejar os impactos sócio-ambientais e econômicos na sociedade local antes da retomada dos projetos. Medida esta que solicitou, através de moção legislativa, à governadora Ana Júlia. ?O Estado tem que elaborar estudos sobre os impactos sócio-ambientais e econômicos decorrentes da implantação de obras públicas na Calha Norte. A partir dele então propor ações voltadas à formação e capacitação da mão-de-obra regional para atender às novas e potenciais demandas de mercado de trabalho?, analisa.?Temos que planejar sustentavelmente o futuro da região. E em se tratando de obras de infra-estrutura produtiva, o linhão de Tucuruí é, sem sombra de dúvida, a obra mais importante. Mas a retomada das atividades de pesquisa mineral pela empresa Rio Tinto e, possivelmente, da retomada da exploração causará grande mudanças na região, logo temos de construir os cenários sobre os benefícios que estes projetos trarão a sociedade?.
Diário do Pará Online