Queda dos custos deve ajudar empresas de mineração
10/12/08
Os custos para as empresas de mineração estão caindo, fato que deve ajudar o setor a amenizar o impacto do colapso dos preços dos metais. No entanto, as despesas com a área trabalhista podem demorar mais para serem ajustadas para baixo.
As mesmas forças que derrubaram os preços das commodities e golpearam as ações também afundaram o custo de matérias-primas como petróleo, fundamental para mineradoras que operam minas a céu aberto que usam enormes escavadeiras e caminhões.
Para algumas mineradoras no limite da lucratividade, a redução de custos pode aparecer como um bote salva-vidas. Mas para empresas pequenas sem dinheiro em caixa ou que têm operações no topo da curva de custos, isso pode não ser um alívio suficiente.
“O cenário de custos está muito melhor”, afirmou o analista da RBC Capital Markets, Des Kilalea, em uma conferência do setor em Londres, na semana passada. “O preço do petróleo caiu em dois terços. O preço do aço também caiu”, disse.
Durante a escalada do preço das commodities nos últimos anos, as mineradoras aproveitaram os preços bastante elevados dos metais, mas parte da receita era anulada pelo aumento dos custos operacionais.
O analista Nick Hatch, da ING, disse que os custos de produção no segundo semestre de 2008 devem se equilibrar, igualando na maior parte dos casos os níveis do primeiro semestre.
“Em 2009, acreditamos que os custos unitários comparáveis possam cair entre 10% e 25% em uma comparação anual, com a possibilidade de uma queda adicional em 2010”, escreveu em relatório.
A Freeport-McMoRan Copper and Gold afirmou em 3 de dezembro que espera uma queda de 25% dos custos unitários líquidos em 2009.
A escala da queda de custos ajudaria, mas ainda seria superada pelo colapso dos preços dos metais. O cobre perdeu quase dois terços do valor desde o recorde atingido em julho.
Ainda que o petróleo já tenha desabado no mercado global, outros custos como os trabalhistas demorarão mais para cair, dizem participantes do setor.
“Tivemos uma grande escassez de mão-de-obra qualificada e no lado administrativo também. E, claro, muitos projetos estão em lugares desafiadores, onde não é necessariamente fácil atrair gestores”, disse a diretora-gerente de crédito à mineração do Société Générale, Judith Mosely.
Mineradoras que estão construindo novas minas devem se beneficiar da queda abrupta na concorrência por equipamentos, após períodos em que era necessário esperar dois ou três anos para conseguir itens fundamentais.
“Tempo é dinheiro e os longos períodos de espera são um grande risco a ser administrado. Isso não deve ser mais um problema”, disse Keith Spence, presidente da consultoria canadense Global Mining Corp.
Paraíba Online