Projetos de mineração impulsionam mercado de tradutores e intépretes
23/04/13
Com os vários projetos de mineração no Pará, o mercado aponta para um aumento de profissionais em um campo antes não muito explorado, principalmente no interior do Estado, o de tradutores e intérpretes. Um exemplo é a implantação da mina subterrânea de ouro, platina e paládio da SPCDM, em Serra Pelada. Como a matriz da empresa é canadense e parte da tecnologia empregada na mina é nova para a região -; e por isso desempenhada também por engenheiros e técnicos estrangeiros -, a empresa precisou ampliar o departamento de tradução. `Hoje já somos treze. É um campo promissor que faz com que os profissionais saiam das capitais em busca das inúmeras vagas em projetos no interior`, pontua Denise Cardoso, supervisora do departamento de tradução da empresa.
É o caso de Manoel Frank, que deixou o emprego de professor de inglês em universidades e escolas de ensino médio de São Luís para trabalhar como tradutor em Serra Pelada. `O contato com pessoas de outros países facilita o aprimoramento do idioma, conhecer outras culturas e poder interagir com essas pessoas é um ganho que a sala de aula não nos permite. Consigo adquirir outro nível de conhecimento`, enfatiza Manoel, que é formado em Letras e está concluindo uma pós-graduação em língua portuguesa e estrangeira.Como a profissão não é regulamentada, não há dados oficiais sobre número de tradutores no país. É possível apenas contabilizar os tradutores públicos ou juramentados, como são conhecidos os profissionais com registro nas juntas comerciais dos estados. Segundo Denise, o perfil do profissional encontrado no mercado de trabalho é diversificado.
`As graduações específicas geralmente são nas áreas de Letras com habilitações em língua estrangeira e depois é possível fazer cursos e pós-graduações em tradução e intérprete. Mas a vivência no idioma é essencial, falar com fluência e conhecimento na língua é algo do esforço pessoal do profissional`, diz a tradutora, filha de mãe americana e pai brasileiro. `O que me ajudou foi o contato com o inglês desde pequena dentro de casa. Por isso, nunca tive dificuldade e comecei a dar aula desde cedo`, explica Denise.
Patrícia Lemos deixou Belém e morou com o marido nos EUA durante onze anos e quando retornou ao Brasil encontrou um mercado completamente diferente. `Antes o campo de trabalho era apenas o das salas de aulas de escolas e curso de idiomas. Hoje o profissional já encontra um leque amplo nas empresas para trabalhar com tradução de jogos, documentos, vídeos e muitos outros`, conta a bacharel em Letras que começou o ano de 2013 arrumando as malas com o marido, também tradutor, para trabalharem com a tradução de documentos técnicos no projeto em Serra Pelada.`Foi uma mudança imensa largarmos tudo em Belém, mas hoje posso afirmar que me encontrei, estou completamente realizada e quero trabalhar com tradução o resto da vida`, conclui Patrícia.
Portal ORM