Portugueses querem trazer indústrias para o Ceará via porto do Pecém
26/04/10
Em meio a uma crise financeira que abala a Europa, empresários portugueses, em missão de negócios ao Estado, querem instalar unidades fabris no Ceará para produzir aqui e depois exportar para a própria Europa e Estados Unidos, via Porto do Pecém
Área prospectada pelos portugueses é o entorno do Porto do Pecém (Foto: Edimar Soares)Industriais portugueses ligados aos setores de energia, metal-mecânica, mineração e agronegócios têm interesse em montar unidades de suas fábricas no Ceará, com o objetivo de produzir aqui para depois exportar para a Europa e Estados Unidos. E para formalizar contratos e parcerias, os empresários lusitanos se reúnem hoje, às 9h, na sede da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec).
Segundo a diretora de atração de investimentos da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), Cristiane Teles, o local prospectado para receber os parques industriais portugueses é o entorno do Porto do Pecém. “Lá existe estrutura e potencialidade necessárias, além de uma boa logística de transporte“, avaliou.
Cristiane disse que as obras da ferrovia Transnordestina, a ampliação da malha rodoviária do Estado e estruturas como a Refinaria e Siderúrgica, além da Termelétrica, todas localizadas no Pecém, vão ajudar na decisão dos portugueses. Segundo ela, o Governo do Estado ainda vai facilitar a entrada dos investimentos com programas de incentivos fiscais.
O superintendente do Centro Internacional de Negócios (CIN), Eduardo Bezerra, contou que um dos objetivos da missão portuguesa é conhecer a infraestrutura do Porto do Pecém. “Eles pretendem importar e exportar, então é importante saber como são as condições do local“, explicou e revelou que a preocupação maior é com equipamentos.
O presidente da Adece, Francisco Zuza, vê os investimentos portugueses como de grande interesse para o Estado e faz uma comparação histórica. “Portugal redescobriu o Brasil através do Ceará, mas não como Terra Prometida e sim como um local de negócios“, disse.
Zuza acredita que o trade turístico continuará em crescimento, mesmo com o interesse em novos setores. “Existem muitos recursos que podem ser alocados aqui, já que a Europa atravessa uma crise econômica“, resumiu.
Bezerra disse que a aproximação existente entre cearenses e portugueses é um elemento facilitador. “Os executivos já sabem o que e com quem tratar. Com certeza vai sair negócio“, afirmou.
O primeiro vice-presidente da Câmara Brasil-Portugal no Ceará, José Maria Zanocchi, concorda. “Identificamos o que cada empresa necessita e esperamos que a, partir disto, seja concretizado em negócios efetivos“, considerou.
INVESTIMENTO PORTUGUÊS NO CEARÁ
– O Ceará é o segundo destino de recursos portugueses no País, perde apenas para São Paulo.- O último estudo divulgado em 2008, segundo a Embaixada de Portugal no País, mostrou que o investimento português no Ceará, desde 2003 até o ano em que foi publicado, ultrapassou os 118 milhões de euros (cerca de R$ 295 milhões)
– O número de investidores portugueses no Estado chegou a 780 e constituem mais de 240 empresas
– As ações de negócios fazem parte de um protocolo de intenções assinado em 2008 entre a Fiec e a Associação Comercial do Distrito de Aveiro (Aida), de Portugal.
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