02/02/09

Mineradoras pernambucanas enviaram lote de 1.500 quilates para Israel via Aeroporto do Recife. Antes, só São Paulo e Brasília faziam a operaçãoMaria Luiza Borges
marialuizaborges@jc.com.br
Pernambuco realizou sua primeira exportação de diamantes na semana passada. As pedras ? que totalizavam 1.500 quilates, avaliados em R$ 500 mil ? foram extraídas em minas localizadas no Sertão do Piauí, pertencentes às empresas Gemapi, DM Mineração e Lua Branca Mineração, que têm sede no Recife. O país de destino foi Israel e a porta de saída, o Aeroporto Internacional do Recife/Guararapes ? Gilberto Freyre.
?Esse é um marco importante para a mineração no Estado. Estamos trabalhando para implantar aqui a primeira lapidação de dimantes do País?, revela o empresário Olavo Pinheiro Júnior, dono da Gemapi, que foi atrás das outras empresas para vender ao exterior em consórcio. As três mineradoras têm, juntas, quase 40 mil hectares de lavras no Sul do Piauí.
Antes dessa exportação via Aeroporto Internacional do Recife, apenas São Paulo e Brasília tinham realizado transações semelhantes. ?Tivemos um pouco de trabalho pela falta de experiência dos fiscais da Receita Federal, por ser a primeira exportação de diamantes do Estado?, revela Pinheiro Júnior. Para fazer a exportação, é preciso emitir o Certificado Kimberley, o que teve de ser feito feito pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) de Brasília, com apoio da representação do departamento no Estado do Piauí.
MISSÃO INDIANA
?Queremos que Pernambuco fique conhecido como exportador de diamantes?, diz o empresário, que começou a divulgar internacionalmente a produção de gemas nordestinas durante a Missão Empresarial Nordeste do Brasil na Índia, realizada em novembro passado pela Federação do Comércio de Pernambuco (Fecomércio). A Índia é conhecida internacionalmente pela excelência na lapidação de pedras preciosas.
Como desdobramento dos contatos que fez em Mumbai, Olavo Pinheiro informa que Pernambuco vai receber, em março, uma missão de oito empresas indianas, organizada pela Trade Brasil-Índia. O grupo vai conhecer as mineradoras do Nordeste e deve visitar o governador Eduardo Campos e o presidente da Fecomércio, Josias Albuquerque.
?A Índia tem demanda para lapidar 50 mil quilates de diamantes/ mês. As três empresas que hoje trabalham juntas em Pernambuco podem extrair até 5 mil quilates/mês. Mas esse número pode aumentar se conseguirmos atrair outros empresários?, explica Olavo Pinheiro Júnior. Ele pretende não apenas exportar gemas, mas futuramente estabelecer no Estado uma lapidação, em parceria com os indianos. ?É um investimento de US$ 20 milhões e há entendimentos para que seja instalado no Cabo?, adianta. O centro multiplicaria por cinco o faturamento das empresas locais.

Jornal do Commercio – PE