Participação da Chinalco na Rio Tinto é aprovada
26/03/09
A agência australiana regulamentadora de competição aprovou o planejado investimento de US$ 19,5 bilhões da Chinalco na Rio Tinto. A agência avaliou ser improvável que a transação “diminua unilateralmente os preços mundiais do minério de ferro abaixo de níveis competitivos”.
A decisão da Australian Competition and Consumer Commission (ACCC) é uma rara boa notícia para o proposto investimento do grupo chinês, que atua no setor do alumínio, na mineradora anglo-australiana, anunciado em fevereiro.
Entretanto, a associação ainda necessita aprovação do Foreign Investment Review Board australiano, que tem prazo até meados de junho para concluir sua avaliação.
O negócio desencadeou um debate político na Austrália sobre os méritos de entidades estatais controlarem recursos naturais australianos e oposição de alguns importantes investidores institucionais da Rio Tinto na Austrália e no Reino Unido.
A Chinalco, que é estatal, recebeu positivamente a decisão da ACCC, como importante passo para obter plena aprovação regulamentadora. “Ao examinar a transação, a ACCC concluiu que o negócio proposto pela Chinalco à Rio Tinto provavelmente não deprimirá os preços do minério de ferro no mundo”, disse a companhia chinesa.
O investimento da Chinalco na Rio Tinto inclui o pagamento de US$ 12,3 bilhões a acionistas minoritários em um leque de ativos da Rio Tinto no setor minerador e US$ 7,2 bilhões em bônus conversíveis que poderão incrementar para 18% a participação controladora do grupo chinês na companhia mineradora. A Chinalco também está pleiteando dois assentos no conselho de administração da Rio tinto.
A ACCC considerou o potencial de “integração vertical” das operações da Rio Tinto em minério de ferro com as de siderúrgicas chinesas “baseado na suposição de que a Chinalco e diversos produtores de aço sejam subsidiárias da mesma entidade controladora e poderão ter interesses comerciais comuns”.
A agência também analisou se essa integração daria à Chinalco a possibilidade de controlar ou influenciar a Rio Tinto a reduzir os preços mundiais do minério de ferro abaixo de níveis competitivos para beneficiar as siderúrgicas chinesas.
A agência disse que, com base nas evidências apresentadas durante sua averiguação – paralelamente à sua investigação sobre a planejada aquisição da Rio Tinto pela BHP Billiton, uma proposta que foi abandonada no ano passado -, concluiu pela improbabilidade de o negócio envolvendo a Chinalco e a Rio Tinto poder viabilizar uma redução dos preços do minério de ferro abaixo de níveis competitivos.
O grupo chinês acrescentou que considera sua “experiência e ativos” como complementares aos da Rio Tinto, e que está extremamente interessada em fechar o negócio.
Valor Econômico